terça-feira, 21 de junho de 2011

Eu não quero mais pepino, nem do grosso, nem do fino...

Chegamos do Brasil na segunda-feira dia 13 de junho no meio da panacéia do pepino/tomate/brotinho. Enquanto algumas amigas minhas pararam terminantemente de comer legumes e verduras que não fossem cozidos, o garçon do restaurante perto de casa disse que eles continuaram a comer e a servir salada normalmente porque essa epidemia era uma questão "política". Realmente, um governo que logo acha que  suas instituições controladoras e reguladoras são bons demais para deixar algo do tipo acontecer e logo aponta que o culpado vem de fora e não de dentro, além de uma questão política, cria uma questão financeira e comprova a questão cultural de que é bem tipico por essas bandas colocar o dedo na cara do outro e apontar seus erros e deslizes. 
No Brasil, "onde tudo também é culpa do governo", somei 3 quilos (questão política) aos já 7 adquiridos e não perdidos durante a gravidez, por conta dos pães de queijo, bolos, pastéis e festas e tenho plena inconsciência que não vou perdê-los já que não vou comer só salada tão cedo. Tá, tá, tá, isso é só desculpa. Mas é um jeito de não me sentir tão culpada por ainda não conseguir encarar só salada sem receio de pegar uma eschericoisinha. Aliás, hoje comecei a ter uns nós nas tripas. Se tivesse seguido o exemplo de boa parte dos alemães que continuaram a comer sua salada normalmente, eu já ia achar que estava com EHEC, que nada mais é do que bactéria do cocô.
Por falar em cocô, eu acho que o grande problema relacionado com essa epidemia é falta de higiene. Regar plantação com água contaminada é o ó e pôs na dança os produtos e produtores orgânicos - afinal, cacar é uma necessidade orgânica . Mas a porqueira continua a descer a ladeira já que aqui quem te serve o pão na padaria, mexe no dinheiro; o peixeiro corta o peixe, embrulha e pega o dinheiro e te dá o troco e não lava a mão para pegar no peixe de novo - contamina (mais) o dinheiro e o peixe; cansei de ver gente comprar legumes sem colocar em sacolas plásticas e depositá-los na esteira do caixa pra pagar e em seguida sair comendo; pessoas comem comida de rua sem lavar as mãos depois de descer de transporte público.
Por falar em transporte público, todo mundo que o usa deveria ter o bom senso de ao chegar em casa se dirigir diretamente ao banheiro, lavar as mãos e trocar de roupa. Roupas que serão novamente usadas sem lavar, não devem voltar para o armário de roupas limpas e sapatos nunca deveriam ficar no mesmo armário das roupas. Imaginem só todos os tipos que sentam e escarram e tossem e espirram e soltam pum nos ônibus, trens e afins! Amanzor nem chega perto da gente sem fazer isso antes ( lavar as mãos e trocar de roupa e não escarrar, tossir, espirrar e soltar pum). É um costume que deveria ser seguido por todo mundo, principalmente por quem tem filhos. E não só em tempo de epidemias, já  que é muito frequente  ter surtos de Magen Darm Grippe (Gastroenterite) aqui em qualquer época do ano. Tudo bem que algumas doenças são transmitidas pelo ar e ninguém vai deixar de respirar, mas talvez (ou com certeza) a frequência seja alta exatamente por que as pessoas não pensam em medidas simples de higiene. É muito normal ouvir pessoas dizerem que pegar doença é bom pra aumentar a imunidade. Até a hora em que se pega algo mais forte que te derrube e te leve para o hospital ou dessa pra melhor. Prevenir continua sendo o melhor remédio e o que não tem remédio ou te mata ou te deixa vulnerável para a próxima. Quando não se sabe quem é o inimigo e de que lado ele vai te pegar, o melhor é ficar atento.

3 comentários:

  1. A alemanha tem q levantar as maos pro ceu que aqui nao tem tantas viroses e bacterias como no brasil...pq com a higiene que eles tem, seria uma epidemia atras da outra. Eles tem sorte de ter o inverno tao frio, o que mata muitas bacterias e impede a proliferacao de epidemias mais serias. Bjs e aproveitem o brasil!!

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  2. Olá, Mikelli, a minha experiencia de mãe aqui na Alemanha diz que o inverno é a pior época para se pegar infecções virais e bacterianas. É o momento em que as pessoas se aglomeram em lugares fechados, quase lacrados, como são os ônibus sem janela e com ar quente ligado, o que facilita a transmissão dos bichinhos. Quando seu bebê estiver no kindergarten, você vai saber do que estou falando. É uma infecção atrás da outra. Lara mesmo ficou uma semana neste inverno internada com pneumonia bacteriana dupla.
    Ah, e já estamos por estas bandas.
    Bjs

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  3. Arlete, adorei. Só mesmo tu para escreveres de forma tão gráfica sobre a falta de higiene (neo-Hippie ou pós geração de 68) que por aqui grassa. Haja sabão, muito sabão....

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