sábado, 2 de junho de 2012

Ente querido

Primavera é tempo de renovação, de cores e de espíritos elevados. É tempo em que o verde e as flores renascem e as pessoas ficam cheias de planos e mais animadas depois de sacudirem o mofo do inverno. É tempo também de muintcho séécho no reino animal!!!

Moramos em um apartamento que, apesar de velho, escolhemos para alugar por causa da paisagem linda que temos. Pela janela, vemos o Reno, um castelo, a ruina de outro e um hotel 10 estrelas. O jardim do prédio é maior do que a área que o próprio prédio ocupa. Ainda bem, porque quando o Reno sobe, ainda existe uma folga pra sair correndo, antes da água chegar ao prédio (tô exagerando). E é nesse ambiente urbano mas silvestre, que vemos coelhinhos, esquilinhos, passarinhos de todos os tipos e tamanhos, cisnes e patos - ente em alemão - daqueles de calendário, com as penas brilhantes, cabeça verde e colar branco.  Quando a primavera chega, eles ficam taradaços. Quem paga o pato é a pata: uma para, muitas vezes, seis patarados. E  a suruba da natureza aflora. Se não tem tu, vai tu mesmo. É pato em cima de pato, quando não conseguem chegar na pata. (E vai explicar pra sua filha o que tá acontecendo, ainda mais quando se está passeando na área rural da cidade e tem boi/vaca em cima de vaca/boi e cavalo/égua em cima de égua/cavalo. Ao menos não temos que sair correndo com balde de água pra separar cachorro na rua.) Um bom observador da natureza nunca poderia portar sentimentos homofóbicos, alegando que o homossexualismo é algo não natural.
Depois de passada a fase de soltar a franga, vem a calmaria. A rivalidade pra traçar a moça passa e os patos machos passam a desfrutar da companhia um do outro, parecendo um bando de solteirões aloprados saindo pra beber  comer. Algumas patas se assemelham a mães solteiras, sozinhas, com o ventre carregado. Ao contrário dos machos, as fêmeas não se juntam. Daqui a alguns dias, teremos dezenas de patas mães com seus filhinhos nadando na beira do rio. Algumas acompanhadas pelo seu companheiro. Eu sinceramente não sei se depois da orgia, se assenta a tranquilidade da monogamia no reino dos patos, mas há 4 anos, nesta mesma época, temos a visita de um casal de patos que nos vem pedir comida. Nem sei se é o mesmo casal, mas é muita coincidência se não for.  E assim segue a natureza o seu fluxo. Se o comportamento humano não é natural, ao menos não é anormal. Com certeza, não são os patos um reflexo do nosso comportamento e sim algo intrínseco da natureza animal. E é isso que somos.
Os machos no quintal de casa pedindo comida

Ente querido


4 comentários:

  1. hehehehe
    pena que essa primavera tá a coisa mais xoxa. Primavera com cara de outono...

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  2. este patinho é lindo!!!!!
    beijossssss

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  3. Oi Arlete,

    tudo bem? Faz algum tempo que pretendo fazer uma pergunta um pouco ousada. Você ainda dá aulas de inglês? Se você preferir podemos conversar por outro meio de comunicação.

    Tenha um bom dia, Tati

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    Respostas
    1. Ola, Tati, me mande um e-mail.
      arletesoffiatti@yahoo.com.br
      Abraço

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