Ele é recomendado para crianças de 4 a 7 anos e é bem explícito para os padrões brasileiros. Apesar de eu achar isso um paradoxo para um país tão famoso por suas mulheres peladas no carnaval e em suas praias e concursos infantis de Créu, Boquinha da Garrafa, Eguinha Pocotó etc. - liberal na prática e tão conservador na teoria.
E então me lembrei da primeira vez que topei com um livro desses, que vai direto ao ponto. Foi na casa da minha amiga portuguesa casada com um alemão muito simpático.Eles tem uma filhinha da idade da Lara e sobre a mesa da sala havia um livro chamado Struwwelpeter. Comecei a folheá-lo e achei estranhas as gravuras bem "esclarecedoras". Os poemas eu não consegui entender, porque, além de estarem em alemão, era alemão do século 19. E então o meu amigo me explicou que era um livro que ele ganhou quando era criança e que agora era da filha deles. É uma coletânea de estórias escritas por Heinrich Hoffmann (1809-1894) em 1844 e a moral das estórias é que sempre alguma coisa de ruim vai acontecer com você se você fizer traquinagens, não se comportar e não respeitar os mais velhos. E tudo isso de forma bem gráfica.
Abaixo algumas estórias do Struwwelpeter e uma outra, tão famosa que até tem guardanapo com as estórias. Existem dezenas de outras estórias infantis alemãs do século 19 ainda mais cabeludas para os padrões atuais, como por exemplo, a antisemita Die Judenbuche - The Jews' Beech Tree (A Árvore de Faia dos Judeus - não consegui traduzir isso). Elas podem ser encontradas nos links.
Este é o Struwwelpeter, que não deixa pentear os cabelos, nem cortar as unhas. Olha a cara de alegre.
Aqui, algumas ilustrações da estória Die gar traurige Geschichte mit dem Feuerzeug traduzida para o inglês como "The Dreadful Story of Pauline and the Matches" (A assustadora estória de Pauline e os Fósforos). Uma menina que fica sozinha em casa e, apesar de saber que não pode brincar com fósforos, brinca e acaba virando só o pó.
Este é o Struwwelpeter, que não deixa pentear os cabelos, nem cortar as unhas. Olha a cara de alegre.
Aqui, algumas ilustrações da estória Die gar traurige Geschichte mit dem Feuerzeug traduzida para o inglês como "The Dreadful Story of Pauline and the Matches" (A assustadora estória de Pauline e os Fósforos). Uma menina que fica sozinha em casa e, apesar de saber que não pode brincar com fósforos, brinca e acaba virando só o pó.
Esses gatinhos chorando com o lenço são demais!
Abaixo a estória do Chupa Dedo, "Die Geschichte vom Daumenlutscher" (The Story of Little Suck-a-Thumb). A mãe vai dar uma saidinha e diz para o filho não chupar o dedo. Ele chupa e aí aparece o cortador de dedos e corta os polegares dele. uiuiui
Estes aqui são Max und Moritz, estória em 7 travessuras escrita por Wilhelm Busch (1832-1908) em 1865. Dois pestes que só fazem arte e acabam levando o que merecem no final. Já virou até filme.
Sobre o título do post:
Minha mãe costuma usar uns trocadilhos interessantes tais como: pentes para homem de osso,meias para mulheres de seda, pernas para homem de pau, bicicletas para crianças de aço, jaquetas para homens de couro, calcinhas para mulheres de lycra e por aí vai. E eu morria de rir quando era criança. Melhor do que chorar com essas estórias alemãs. Mas pensando bem, a gente também tem umas estórias e cantigas infantis politicamente incorretas como "Atirei o pau no gato" e " Nana Nenê" - esta hoje daria abandono de incapaz.
Eu tinha o livro do Struwwelpeter quando pequena (minha oma e opa eram alemaes). Mas lendo hoje acho bem cruel as histórias :-(
ResponderExcluirBeijocas, e bom domingo pra voces!
Angie
Parece mais assustador que "o boi da cara preta" rsrsrs
ResponderExcluirQue bom que te inspirei para um novo tema, quero ler aqui então em breve!!! Vamos combinar de nos conhecer sim!!! é só chamar que eu vou!!!
Que maldade essas histórias. hehehehe
ResponderExcluirAh, respondendo a sua pergunta: sou de Belo Horizonte.
Beijos e tenha uma linda semana!
Arlete,
ResponderExcluirAntes mesmo de vc postar, este assunto "de onde viemos cabuloso" rondou o meu twitter, e achei que era fake, mas que nada e dinamarques... a parte alemã de contos infantis também e surreal...engraçado!
Bjs