sábado, 30 de janeiro de 2010

Inverno e coragem - ou a falta dela

Várias vezes que utilizamos o trem no inverno tivemos problemas com suicídios na linha e ficamos parados ou minutos ou horas. Uma das vezes que retornamos do Brasil, tivemos a infelicidade de, além de ter que esperar a liberação da linha, ver tirarem o corpo do caminho. O Amanzor foi para Bruxelas na quinta e retornou na sexta. Deveria ter chegado em casa por volta das 20h30, mas só chegou às 22h30 por causa de mais um que se matou na linha do trem. Enquanto neste tempo de frio e dias escuros, alguns não tem mais coragem pra viver, este senhor no vídeo, que deve ter mais de 85 anos e que mora no asilo que fica no final da nossa rua, encontra forças e coragem pra correr, faça chuva ou faça sol, e também debaixo de uma nevasca. Aliás, nunca vimos tanta neve como neste inverno.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Rapsposta ao comentário infeliz do Bóris Casoy

Achei rápida e certeira a resposta ao comentário infeliz do Bóris Casoy. Letra super inteligente e produção simples mas bem feita. O rapper Garnett, juntamente com outros rappers, mostra nos clipes do seu site, que Rap e Repente, se não são irmãos de sangue, são parentes.

Payback punkte - Haiti

Payback Punkte  é um sistema de acúmulo de pontos por compras nas dezenas de lojas, online ou não, conveniadas ao programa. Ao se registrar gratuitamente no site, você recebe um cartão com seu número de cliente, o qual deve ser apresentado quando se fizer compras nas lojas conveniadas. Mensalmente, você recebe pelo correio um extrato de sua pontuação, cupons de vantagens e sugestões de troca dos seus pontos por mercadorias. Há alguns meses, eu troquei meus pontos por um telefone sem fio, super jóia, sem pagar nada por ele, só usando os pontos acumulados.
Além das campanhas permanentes de ajuda social, o programa iniciou uma campanha especial de ajuda ao Haiti, através da doação de seus pontos para entidades e organizações de ajuda humanitária. É interessante, que as organizações envolvidas definiram valores para os determinados tipos de ajuda. como por exemplo, água potável, kits de higiene pessoal, alimentos etc. Assim que se atinge o valor definido com os pontos doados, não é mais possível doar para estas finalidades e só se mantêm abertas para doação as que ainda não atingiram a cota. É uma forma de ajudar em caso de se estar sem dinheiro sobrando e ao mesmo tempo não direcionar fundos demais para kits de higiene pessoal e de menos para água potável, por exemplo.
Sugiro que quem já faz parte do programa, participe da campanha de ajuda às vítimas do terremoto no Haiti doando seus pontos.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Ainda há lugar para esperança e alegria, mas só com ação



 Algumas vezes, ou muitas vezes, ou a maioria das vezes, ou o tempo todo, nos sentimos pra baixo, deprimidos, mal amados, insatisfeitos, descontentes, incompetentes, não valorizados, desprezados, sem nem sequer haver um motivo pra tanto. Imagine ficar enterrado por uma semana e sair com vida. Será que precisamos passar por uma tragédia na vida para tomar tento? Ver a desgraça alheia só nos faz ficar mais felizes e ir à igreja rezar e agradecer a Deus por não ser com a gente, mas não nos faz estender a mão pra ajudar? Não nos faz com que nos vejamos na situação do outro e, com isso, partamos para a ação, fazendo ao outro o que gostaríamos que fizessem por nós? Estou pensando nas minhas palavras pra ver se eu mesma tomo vergonha na cara.

Carteira de Motorista


Vários brasileiros que moram aqui já escreveram em seus blogs sobre como tirar a carteira de motorista na Alemanha, e pode-se encontrar informações em sites oficiais, como o da Embaixada Brasileira na Alemanha. Por isso, não vou chover em pista molhada. Mas vou contar  a minha experiência pessoal para conseguir dirigir na Europa. 
  Quando mudamos para cá a DHL contratou uma firma de recolocação. O que é isso? É uma empresa responsável por ajudar o expatriado a se achar no novo país: encontrar hotel, alugar casa, fechar contrato, tirar visto, registrar-se na prefeitura, encontrar médico e dar entrada nas papeladas para a carteira de motorista. Tão logo chegamos, em janeiro de 2006, comecei o processo para tirar carteira sendo que eu já dirigia há uns 19 anos. A agente de recolocação que nos foi indicada nos levou a uma auto-escola (Fahrschule) e fizemos a inscrição para fazer todo o processo com eles.Por sermos brasileiros, podemos dirigir com a nossa carteira por 180 dias. Mas ainda não tínhamos carro. Compramos o nosso VW (Fauvê) em abril e aí foi uma festa até o dia 20 de julho.
Existem 5 etapas para ser motorista na Alemanha: teste de vista, curso de primeiros socorros, aulas teóricas na auto-escola, teste teórico e teste prático. Como brasileiro, já com carteira, não é necessário fazer as aulas teóricas, o que reduz o valor e o tempo final da empreitada.A primeira coisa que fiz foi o teste de vista, que é feito em qualquer ótica autorizada. Depois foi a vez do curso de primeiros socorros na Cruz Vermelha (Deutsches Rotes Kreuz).
Segundo a lei alemã, você tem que parar pra ajudar se for o primeiro a chegar num local de acidente e tem que prestar os primeiros socorros, sinalizar o local, orientar os passantes pra evitar um novo acidente e chamar o resgate . Se não parar pra ajudar e te pegarem, você tá frito(acho que foi este modelo que o Brasil tentou implantar um tempo atrás, mas não colou). O curso foi em um sábado inteirinho. E foi só pra inglês ver. Eu ainda não falo alemão direito, imagine quando cheguei aqui. Eu não entendia uma palavra, mas fingia que estava entendo tudo e quando vinha pergunta eu fingia que estava escrevendo. Foi o verdadeiro monkey see, monkey do - o instrutor explicava, apresentava slides, demonstrava com os materiais e com um boneco para treinamento de ressuscitação cardiopulmonar que sinalizava se você estava fazendo certo ou não.


Depois veio a prova teórica.
Pra fazê-la, é preciso estudar uma apostila quilométrica com  mais ou menos 1270 questões com três alternativas cada e as respostas corretas podendo ser 1, 2 ou todas elas, sendo que na prova só caem 30 das questões. É cada pergunta cabeluda!!! Algumas falam sobre trailers e motorhomes e questões de física, cálculo de velocidade, tempo, espaço.   A agente de recolocação ficou responsável por comprar as apostilas. Eu pedi em inglês. Por conta própria, quando ela viu que tinha a apostila em português, foi essa que ela comprou. Só que era com português de Portugal e ai eu perdia muito mais tempo tentando entender os termos "técnicos" portugueses. Por exemplo:
  • Quando voce quer seguir o percurso duma estrada com prioridade curvada...(Quê?)
  • Como tem você que se comportar se uma colisão com caça grossa não é de se evitar mais? (Ui)
  • Como se assegura um automóvel ligeiro com caixa de velocidades contra o rolar do sítio no monte? (Não me pergunte!)
  • berma da estrada (Onde?)
  • lomba ( a lomba da pironga do caburetê)
  • pela pintura da viatura que dá nas vistas (Doeu)
  • estradas calcetadas (serão estas as ruas com palallllepepídeos?)
  • luz de travão acesa (Quem travou fui eu)
  • a estrada está gelada num troço pequeno (ãã?)
  • passadeira (minha mãe costumava ter uma na sala)
  • em sitios de estradas estreitas e desordenados = em estradas estreitas e com pontos cegos
  • carris
  • trânsito seguinte = trânsito atrás
  • mudanças = marchas
  • horas de ponta = horarios de pico
  • a direcção de marcha para a direita está prescrita = é obrigatória
  • rotunda
  • se nenhuma mudança estiver metida (depois dizem que metida sou eu)
  • rodados múltiplos
  • enseio de paragem
  • na sua direção = no mesmo sentido (essa eu não entendi mesmo)
  • eu suprimo a minha arrelia, fico calmo e continua a marcha...( eu não trabalho em circoooo!)
  • colectividades de passageiros (serão estes omnibus?)
  • inversão de marcha = mudança de direção (já viu isso?)
  • vento ponteiro
 Então, pedi que ela trocasse pela apostila em inglês, mas não dava pra trocar, então tive que morrer com  mais 54 euros, porque como boa alemã ela não reconheceu que o erro foi dela. (Ah, consegui vender a apostila em português, antes do último Natal, por 40 pilas),Eu fiz o teste teórico depois de 4 meses estudando (com filha pequena, não dava pra ser antes). Acertei 100%.
Chegou a hora das aulas práticas.
 É o instrutor que decide quantas aulas práticas você precisa fazer. Foi ai que me ferrei. Dirigindo há mais 19 anos no Brasil, parecia uma analfabeta de volante com o instrutor que me coube. Além de ele ser um boçal, na primeirinha aula, o canalha me fez esperar por 10 minutos até ele terminar a briga que estava tendo com a namorada no celular. E o pior, não compensou no final. E a babaca aqui, não falou nada. Depois, em uma das aulas, me fez entrar no Drive Thru do McDonalds porque estava com fome - pelo menos não fui eu quem pagou ( mas nem ganhei uma batatinha). A terceira vez, me fez dar a volta num quarteirão para voltar até um supermercado pra ele ver o prospecto grudado na porta do mercado fechado, pois estava procurando algumas coisas pro apartamento novo onde ia morar com a namorada com quem estava brigando. Pode? Pode se a aluna for tão bocó quanto eu.
Me disseram que por eu ter carta e por ter acertado 100% da prova teórica, talvez só precisasse de umas 3 aulas práticas pra aparar as arestas. O problema é que em cada aula, o canalha encontrava um "defeito" no meu modo de dirigir que ele só apontava no final, dizendo que assim eu ainda não estava preparada para o teste. Foi que, depois de 10, dez!!!! aulas práticas (eu que nunca levei multa, nem tive culpa nas 2 batidas de carro que tive no Brasil), os meus 180 dias acabaram e eu não mais podia dirigir tendo um carro na garagem. Além de tudo isso, o ruminante de Erdnuss Flips se negava a me levar em casa à noite. E um dia vi o canalha passando de carro na minha rua, bem na hora que eu estava voltando da aula... de ônibus.
Dia da prova prática.
Na hora da prova, o instrutor senta na frente e o examinador no banco de trás à direita para ver meus movimentos. O teste dura 45 minutos. Se levar menos é porque não passou. A partida é no estacionamento de uma loja de materiais de construção. Vi gente chorando porque não passou, gente chorando porque passou. Depois de uns 15 minutos, chega o carro do meu instrutor com um aluno e o examinador. Faltavam 5 minutos para o meu teste, mas eles resolveram tomar café e ele falou para eu ir junto. Fiquei igual um dois de paus esperando os dois tomarem café. Eu estava numa ansiedade horrorosa e com uma gripe e febre de 38,5. mas não quis desmarcar o teste porque leva 3 semanas para marcar um novo e eu não estava a fim de ficar mais tempo sem dirigir. Hora do vamos ver. O examinador falava em alemão e o instrutor traduzia, eles conversavam e riam o tempo todo e eu com o coração na boca fiz umas 4 coisas que não deveria fazer. Ninguém em sã consciência dirige sem saber ao certo onde está indo ou sendo guiado por alguém que só diz para onde você tem que ir em cima da hora. E foi nessa situação irreal que  fui avaliada. Uns 20 minutos depois fomos para um estacionamento. Lá eu estacionei o carro e os dois começaram a discutir. Eu não entendia bulufas, só alguns números. Eu deduzi que, pelo tempo de teste e pela discussão, o meu instrutor estava tentando convencer o examinador que não convinha me reprovar. Eu comecei a passar mal e me debrucei no volante. Foi quando o examinador me deu os parabéns em inglês dizendo que eu tinha passado, mas que por eu ser estrangeira, ele não estava com a minha carteira em mãos para me entregar. Eu teria que ir ao Departamento de Carteira de Motorista da prefeitura para pegar a minha carteira. Eram 11h40, uma sexta feira e departamentos públicos geralmente fecham. Eles disseram que eu não teria tempo para chegar lá. Mas eu não quis saber, saí correndo do estacionamento numa área sem calçada, fui andando pelo meio do mato até chegar num ponto de táxi em frente ao Post Tower, onde o Amanzor trabalhava (se tivesse de carro, teria levado uma dúzia de multa e perdido a carteira). Lá, pedi ao taxista pra me levar o mais rápido possível até a prefeitura. O taxista era libanês e super gente fina, me mostrou até o caminho mais curto pra onde eu tinha que ir dentro do prédio da prefeitura.  Cheguei lá, peguei a senha e eles fecharam a porta atrás de mim. Tive que entregar minha carteira de motorista brasileira. Não entendi bem o porque mas a pessoa me informou que eu não posso ter uma carteira de motorista em cada país que eu vá. Não achei uma justificativa plausível, já que os americanos não precisam entregar a deles. Mas como a minha carteira estava pra vencer mesmo... Eu ainda tinha a minha carteira antiga, cor de rosa. e na viagem seguinte ao Brasil, fui ao Poupa Tempo e no mesmo dia fiz uma carteira nova. Nada como o jeitinho brasileiro de resolver as coisas.
Desde agosto de 2006 tenho minha carteira alemã e ela é pra sempre. Não preciso nem mesmo renová-la periodicamente. Por isso, tem tanta gente de idade fazendo cag...adas no trânsito por aqui. Eles não precisam fazer nem teste de vista, nem psicotécnico, nem teste teórico ou prático, nunca mais a não ser que causem algum acidente. A minha vizinha, que tem mais de 80 anos, quando soube que eu tinha tirado a carteira alemã, me deu os parabéns e disse que a dela ela tirou há mais de 50 anos e que  agradece por não ter que renová-la de tempos em tempos, pois, certamente, não a teria de volta. Nada como uma pessoa consciente da sua incapacidade e que faz vistas grossas ao risco que corre e que faz os outros correrem. Bem, daqui a alguns anos, sou eu que vou estar agradecendo ao sistema, assim como ela. 


Exemplos de testes em inglês e alemão
http://www.fahrschule.de/Testbogen/
http://www.osterberger.org/test.html

domingo, 17 de janeiro de 2010

Haiti, ai de ti e de tantos outros


A natureza poderia ser comparada a uma mãe com desvios/alterações de comportamento. Ela provê, dá em abundância, protege, alimenta e é paciente. Ela pode não reagir imediatamente a um comportamento errado dos filhos, mas,  por razões que a própria razão desconhece, a gota d'água pode fazê-la perder a cabeça e sair distribuindo tapa e safanão a torto e a direito sem nem ver onde vai pegar - muitas vezes, sem nem mesmo direcioná-los ao causador do arroubo. E bate por tudo que os filhos fizeram  de errado e eles não sabem nem porque estão apanhando e de onde toda essa agressividade veio. Além de parecer ter perdido a paciência, a Natureza também pode inesperadamente se mostrar:
E quando ela atinge áreas e populações já abaladas por desgraças provocadas pela mesquinhez, ignorância e pobreza material e espiritual do Homem, aí os efeitos são multiplicados exponencialmente.
Segunda Guerra Mundial e Terremoto no Haiti
Vendo as reportagens do terrremoto no Haiti, me veio à lembrança as imagens da Segunda Grande Guerra com corpos em covas rasas, sobreviventes atordoados, fome, miséria, destruição. Mas isso tudo provocado pelo egoismo, vingança e crueldade humana e não pela natureza.
A descrição abaixo,  que originalmente se refere aos países europeus logo após o término da II Grande Guerra,  poderia ser a do devastado Haiti, não fosse a menção da Europa e do frio:
"...estava reduzida à miséria, gemendo de frio e de fome, cercada por crateras tumulares e prédios desmoronados. Pelas ruas das suas históricas capitais vagavam os sobreviventes, um povo exausto, mal-ajambrado, perplexo e atarantado. Nas paredes das ruas era comum encontrar-se uma tétrica frase: "felizes dos mortos, pelo menos suas mãos não se enregelam!" A outrora orgulhosa e arrogante civilização européia, arfava, reduzida quase que à mendicância.Voltaire Shilling
 E vendo a Alemanha hoje, é dificil  acreditar que um dia foi um país devastado. E como aconteceu o milagre econômico? Como se levantaram depois do tombo monumental que levaram porque um baixinho louco lhes passou a perna?
Plano Marshall





Hoje a mídia publicou reportagens sobre críticas feitas por alguns americanos contra a ajuda do governo daquele pais ao Haiti, dizendo que há interesses políticos e econômicos além de desvio dos valores arrecadados. Por isso, ningúem deveria doar nada para ajudar os haitianos a se recuperar da tragédia (para ler reportagem na íntegra, clique aqui). Mais um exemplo de como o ser humano pode ser cruel.   Eles só mostram que não tem conhecimento nenhum de História e desconhecem o ditado "Quem não ajuda, não atrapalha".
Se lermos nos livros ou internet como os países e o povo europeus se reergueram da destruição provocada pela Grande Guerra, fica-se sabendo que a ajuda dos EUA foi essencial, apesar de seu interesse  em reerguer a Europa ser inicialmente conter o Comunismo, o que deu início à Guerra Fria. "Acima de tudo era preciso que renascesse a esperança restaurando a infra-estrutura e a economia dos vitimados pela guerra ou pela ocupação militar. Alguma coisa de espetacular deveria ser feita, pensaram os norte-americanos. Algo que fizesse os europeus ocidentais voltar a tomar gosto pela vida, alguma coisa que os tirasse da apatia e os afastasse do comunismo." (Voltaire Schilling) Foi interesse político em primeiro lugar e econômico em segundo, se considerarmos o acordo de abertura às empresas americanas atrelada à ajuda financeira oferecida pelo Plano Marshall. 
 Mas, guardados os interesses do Plano Truman em reter o Comunismo, o Plano Marshall, juntamente com a ajuda do governo e do povo dos países favorecidos e agências privadas de ajuda humanitária, como a CARE, tinha um objetivo que nenhum outro até hoje teve em paises que precisam se reerguer. Países esses assolados e destruidos por guerra, guerrilha, ditadura, terrorismo, corrupção, negligência ou incompetência, como Haiti, Iraque e muitos outros. Como o próprio Marshall disse em 05 de junho de 1947, em Harvard, "Nossa política não se dirige contra nenhum país ou doutrina, mas contra a fome, a pobreza, o desespero e o caos."
Parece falácia, mas funcionou. Por que será que os planos atuais com esses fins, se é que eles existem, não funcionam? Tivesse o Haiti tido ajuda para se recuperar dos anos de mal governo e miséria, talvez se reerguer de uma catástrofe natural fosse menos difícil. E o pior é que as poucas instituições governamentais ou não que mandaram alguns gatos pingados para o local com intuito de tentar ajudar na recuperação do país antes do terremoto foram atingidas pelas baixas de suas forças. Zilda Arns, que Deus a tenha, nos ajude a não mais acreditar que os mortos tem melhor sorte.

Doações na Alemanha, palavra-chave (Kennwort) “Haiti”:
- DRK: Konto 41 41 41, Bank für Sozialwirtschaft, BLZ 370 205 00
- Unicef: Konto 300 000, Bank für Sozialwirtschaft, BLZ 370 205 00
- Caritas: Konto 202, Bank für Sozialwirtschaft Karlsruhe, BLZ 660 205 00
- Diakonie: Konto 502 707, Postbank Stuttgart, BLZ 600 100 70
- Bild hilft e.V. – Ein Herz für Kinder: Konto 067 67 67, Deutsche Bank, BLZ 200 700 00
Fonte: Mineirinha na Alemanha
 
Doações no Brasil
Banco: Caixa Econômica Federal
Agência: 0647
Operação: 003
Conta: 600-1
Fonte: Blog Viomundo

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Sou sua amiga bicicletaaaa!!!






O Gui, que me segue desde o comecinho do blog, notou no post anterior que, mesmo na neve, o povo continua andando de bicicleta. Isto é mania nacional.  Faz bem pro corpo e pro bolso e é ecologicamente correto. Tem bicicletas super modernas, leves e interessantes por preços bastante atrativos. E tem um tipo de bicicleta que a Caloi fabricava na década de 70 mas não sei se ainda fabrica ( Aliás, a Caloi ainda existe?), que é a bicicleta dobrável (Klappfahrrad). Super leve e acessível. Pra quem gosta de bicicleta e está pensando em vir pra cá, é interessante comprar uma e levar pro Brasil. Dá pra carregar no ombro e, se o ônibus estiver demorando ou se se estiver atrasado pra alguma coisa, basta desdobrá-la e voilá..
Para os turistas com pernas fortes, aqui na Europa existem centenas de lugares pra alugar bicicletas. Em algumas cidades alemãs (eu também vi em Paris) tem um sistema  mantido pela empresa de trens oficial - a Deutsche Bahn  - que facilita o processo do  aluguel. Dê uma olhada no Flyer ou vá ou site do DB.

The Bobs - The Best of Blogs


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A Deutsche Welle promove anualmente o "The Bobs" - The Best of Blogs". Prêmio com várias categorias para blogs do mundo inteiro. Eu me inscrevi sem querer ser pretenciosa mas basicamente para o Tudo de Bonn entrar na Blogopedia  - catálogo mundial de blogs e no Blogmap. Foi esse prêmio que a Rosana Hermann ganhou o ano passado e, por isso, veio até Bonn e eu, ao saber disso, a convidei pra sair. Clique no link acima para sugerir o Tudo de Bonn. Eu agradeço.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Vem comigo buscar a Lara no Kindergarten



Tudo branquinho é bonito, mas dá um trabalho...


Neve é sinônimo de algo branquinho, fofinho, limpinho, aconchegante. Mas não é só ou nada disso. Quinze dias são suficientes pra gente ficar de saco cheio dos transtornos que a neve traz. Primeiro, é o frio. Onde tem neve é  porque tá muuuuito frio. Segundo, muito frio é sinônimo de ter que por muita roupa e sapatos adequados (e tirá-los quando chega em casa pra não sair lambuzando tudo).  Terceiro, ausência de sapatos adequados é garantia de escorregões hilários mas também perigosos, principalmente para pessoas idosas ou fisicamente despreparadas ( meu caso). E para que os problemas sejam minimizados, é lógico que precisa ter lei pra regulamentar o caos e é lógico que ela tem que ser cumprida e, para isso, é preciso fazer doer no bolso.
Dê uma olhada nesta matéria da Deutsche Welle pra ver que inverno cheio de neve não é só  escorregar de trenó, esquiar e fazer boneco de neve e anjinho não.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Voce está "celta" disso?

As marcas da vida aparecem sem avisar e sem que a gente queira. Pés de galinhas foram deixando suas pegadas devagarinho. Estrias, celulite, sardas, pintas, verrugas, marcas de expressão chegaram de mansinho e eu, que não sou nada vaidosa e não tenho o hábito de ficar me olhando no espelho, quando olhei, tive a impressão que apareceram da noite pro dia. E então bateu um desespero. Como boa "depressiva" que sou, sentei, chorei e me esbaldei no chocolate e no carboidrato, abraçando o inimigo e desistindo de lutar sem nem mesmo ter começado.
Outras marcas surgem ou são produzidas por contingência: vacinas nos dois braços, uma cicatriz no dedão do pé para tirar um olho de peixe quando era adolescente, três micropontos no abdomen para cirurgia de endometriose, marcas no rosto da catapora que peguei quando estava na faculdade - fiquei sabendo há poucos meses que a culpada foi a Dona Rita Machado (fofa que meu deu o cano e não veio me visitar na primeira semana de janeiro) - e a marca da cesariana, muito bem feita por sinal pelo meu querido médico, Dr. Marcelo.
Como nunca fui muito agitada, esportiva, sapeca ou descuidada, não tenho marcas provocadas por acidentes, por exemplo. Ainda bem. E, apesar da minha saúde não tão de ferro, também não tenho cicatrizes de grandes cirurgias ou tratamentos médicos.
Virou o ano e depos de tantas marcas do que se foi e que insistem em ficar sem que eu queira, era chegada a hora de  tomar as rédeas da situação, mostrar que sou maior de idade (há muito tempo), dona do meu nariz e do resto que vem com ele e  faço do meu corpo o que bem quiser, até mesmo não cuidar dele.
Por isso, decidi me dar uma tatuagem. Não uma coisinha pra ser admirada pelos outros, pra tornar meu corpo mais atraente ou chocante, pois, gorda como estou, a última coisa que quero é chamar atenção. Eu queria algo que tivesse significado pra mim, uma marca que eu mesma quis ter, quando e onde eu quis ter, com as cores que eu gosto.
Foi no primeiro dia do ano que resolvi fazer a tatuagem. O tatuador estava ali no quintal mesmo. Meu querido irmão, Eduardo - Du Tattoo - foi quem fez em 15 minutos o que eu demorei o dia inteiro pra escolher. Fiz nas costas porque, como ele disse, não tem como enjoar da tattoo. Se fosse em um lugar constantemente visivel pra mim, como me conheço, acho que teria problemas.

Por que escolhi o que escolhi?






Tatuagem ainda em cicatrização. Dá-lhe pantenol
Eu sempre gostei das formas celtas. Elas parecem bordados e o jogo de cores, quando tem, me fascina. Elas me remetem a algo intrincado, misterioso, poderoso. Na maioria das vezes, os Nós Celtas não tem começo nem fim pois simbolizam a eternidade e o infinito. O círculo no meio significa união. As cores que escolhi são minhas preferidas desde quando, aos 8 anos, ganhei uma caixa de lápis de cor aquareláveis "Caran D'Ache" . Além de um significado pessoal que mantenho só pra mim, este símbolo é místico, mítico, lúdico, mágico, bíblico, rústico, músico e  tem outros tantos significados, entre eles:
  • Os 4 pontos cardeais
  • As 4 estações
  • Os 4 cantos do mundo
  • Os 4 elementos
  • As 4  fases da Lua
  • As 4 operações
  • Os 4 evangelhos
  • Os 4 grupos sanguíneos
  • Os 4 estados da matéria
  • As 4 letras da palavra amor/love
  • Os 4 Beatles
  • Os 4 cavaleiros do apocalipse
  • Os 4 Fantásticos
  • Os 4 Teletubbies
  • A posição que Napoleão perdeu a guerra
E pra quem acha que estou viajando,
  • As 4-letter words
Alguma outra sugestão pra acrescentar na lista?

Bem, o que está feito não esta por fazer. Mas tenho idade suficiente para responder por meus impulsos e responder pelos meus atos e principalmente pagar por eles  - apesar da minha tatuagem ter sido presente do meu irmão. Agora, eu vou ser a última a dizer pra minha filha que ela não pode fazer uma tatuagem , caso queira ter uma. Mas serei a primeira a não deixar que ela o faça antes de ter idade pra tal, poder pagar por ela pelos próprios meios e saber que rumo irá tomar na vida.  Fazer uma tatuagem tem que ser uma decisão consciente e deve-se estar ciente que, em caso de arrependimento, existe solução, mas é um daqueles casos em que a emenda fica muito pior do que o soneto.

Modelo usado para a minha tatuagem

Vale lembrar que no Estado de São Paulo, a lei 9828/97 proíbe piercings e tatuagens em menores de 18 anos mesmo com autorização explícita dos pais.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Ilha das Flores - Consumismo

Neste final de semana, estou participando de uma pesquisa online sobre consumo, consumismo, anticonsumismo e sustentabilidade. Aqui um video antigo sobre o que é uma cadeia de consumo.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Estamos de volta !!! - 2

Esta foi a paisagem que encontramos em nosso quintal quando chegamos do Brasil. Liiiiiiiiindo!!! As fotos tiradas de noite são de ontem e as de dia são de hoje. Parece que foram tiradas em preto e branco, mas não foram.



















Nome é tudo e imagem também - Bota na poupança!!!

Tem gente que bota todo dinheiro que sobra na poupança. Tem gente que bota no Rabo.
Rabobank.
Há anus fazendo parte dos anais econômico-financeiros ao redor do mundo.
No Brasil, também tem.




Fotos tiradas de paineis eletrônicos no Aeroporto de Schiphol

Estamos de volta!

Voltamos do Brasil ontem e tenho que reconhecer que a possibilidade de voltar a viver lá não me pareceu algo tão ruim, se não for em São Paulo. Desta vez, tive algumas impressões diferentes daquelas que tive em outras vezes e sobre as quais escrevi em posts anteriores .
Saímos de Bonn com doze graus negativos. Chegamos em São Paulo com 25 graus - trinta e sete graus mais quente.  Que calor!!! Muita umidade e muito suor. Mas tudo muito bom, exceto trânsito e  uma faringite que ainda não me largou - culpa do ar condicionado do avião e da poluição. Se não tivesse sido vacinada contra o a gripe H1N1, já ia ficar com a pulga atrás da orelha.


Neve no aeroporto Schiphol em Amsterdam 6 am


Decoração de Natal no aeroporto

Percebi de cara algumas diferenças gritantes entre aqui e lá que poderiam facilitar a minha vida aqui e lá, se aqui aprendesse com lá e vice-versa:
  •  Leis de trânsito - ninguém respeita, só se o risco for muito grande. Não vi tantos motoqueiros nas ruas desta vez, talvez por ser época de festas, mas vi muita barbeiragem.
  • Trocentos buracos nas ruas e muitos deles camuflados pela iluminação ruim.
  • Sinalização péssima e semáforos não sincronizados.
  • As estradas são projetadas para projetar o carro para fora delas.
  • As calçadas não são adequadas para deficientes ou para carrinhos de crianças.
  • Curitiba tem algumas ciclovias e acho que São Paulo quase nenhuma, na verdade, não vi nenhuma. Mas também os morros não ajudam. Aqui em Bonn é quase tudo plano e já existe a cultura de se andar de bicicleta desde criança. As pessoas são mais saudáveis e fortes por isso e conseguem andar de bicicleta por serem mais fortes e saudáveis. É normal ver gente nos seus 80 e poucos anos indo às compras de bicicleta por aqui. Já em Curitiba uma moça não estava conseguindo pedalar um morrinho acima ( eu também não consigo). No Brasil, os motoristas ainda não aprenderam a respeitar nem pedestre na faixa de segurança quando mais ciclistas. Já, segundo a Lei de Transito alemã, o mais forte tem que proteger o mais fraco: o caminhão protege o carro, o carro protege o ciclista e este o pedestre e todos tem seus direitos e deveres no trânsito.
  • Taxistas - aqui em Bonn tem uma única companhia de taxi. Só tem um número de telefone pra onde se liga pra conseguir um taxi - 555555 - e eles chegam em menos de 3 minutos. Todos tem a mesma cor - creme bem clarinho - são carros grandes, confortáveis e bem conservados. Em São Bernardo do Campo, o primeiro - e único - táxi que pegamos foi de matar. Primeiro, o taxista parou no meio da rua e, quando viu que tinhamos mala, se limitou a abrir o porta-malas sem sair do carro. O carro estava cheio de jornal no banco traseiro - que ele não se importou em tirar - estava sujo, velho e barulhento. O taxista não ouvia direito e discutiu o caminho com a gente. E os cintos de segurança traseiros não estavam disponíveis, se é que existiam.
  • Poluição sonora, visual e do ar - Deus que me livre!!! Existe um zumbido constante, um cheiro de escapamento, muita pichação, fios elétricos e outdoors. Não existe planejamento urbano.  Curitiba já é bem melhor em termos de poluição visual, mas ainda peca em poluição sonora.
  • Vivemos enjaulados no Brasil e certamente os muros altos e as grades não ajudam a embelezar a cidade. No entanto, aqui também não estamos livres dos assaltos. A minha vizinha brasileira e que mora na mesma rua foi assaltada pela segunda vez. A primeira vez foi há exatamente 1 ano na véspera do Natal. E dessa vez foi exatamente da mesma forma, saiu por três horas e quando voltou a casa tinha sido arrombada.
  • Abordagem nos faróis e medo de ser assaltado nos caixas eletrônicos é de deixar a gente doido.
  • Na Alemanha, os tamanhos de roupas infantis correspondem à altura da criança. Então, se seu filho mede 1,16 cm, voce compra uma roupa 116 e não tem como errar, já que quem tem 116 cm usa 116. Mas, no Brasil, você compra roupa por idade. E crianças da mesma idade podem ter tamanhos completamente diferentes. Além disso, não existe um padrão. Uma camiseta tamanho 4 pode ter vários tamanhos dependendo da confecção. A minha filha de 4 anos pode usar tanto uma blusa tamanho 6 quanto uma tamanho 8, mas nunca consegui uma tamanho 4 que servisse nela.
  •  Por que que aqui ainda não aprenderam a fazer pizza? A pizza é invenção italiana, mas certamente foi aprimorada pelos brasileiros. Não existe pizza melhor do que a brasileira em lugar nenhum que já fui.
  • Pizzaria Avenida Paulista em Curitiba
    Decoração linda
    Lara ganhou um bolo de algodão doce
  •  Eu não me conformo em não ter pastel por estes lados. Nem pão de queijo. Eu comeria uns dez por dia. Pensando bem, ainda bem que não tem.
  • Pastel na estrada da Graciosa indo para Morretes - PR
  •  Possibilidade de pedir ou ser oferecida um descontinho. Fui comprar um vestido de festa, no caso de irmos de novo para o Brasil no casamento do nosso sobrinho Rodrigo ( primeiro sobrinho a se casar). No Brasil eles são bem mais baratos e em loja de rua muito mais barato ainda do que em Shopping Center. Entrei numa lojinha na rua Marechal Deodoro em São Bernardo. Já tinha achado o preço da vitrine em conta, mas a vendedora já veio me dizendo que ia ter um descontão no caixa por que já era dia 02 de janeiro e as festas já tinham acabado, e se levasse duas peças o desconto seria maior. Pelo valor da vitrine, um dos vestidos sairia 150 reais ( 60 euros - uma pechincha para os padrões daqui) e o outro 120. Paguei 120 reais pelo primeiro e 60 reais pelo segundo.
  •  A melhor coisa foi acordar de manhã e ir tomar café na padaria da esquina com um pão com queijo quente, pão na chapa, vitamina de frutas e uma média. Também sinto falta disso por aqui.
  • Costureira, manicure e sapateiro em Bonn é artigo de luxo e paga-se muito caro por estes serviços sem a qualidade do mesmo serviço  no Brasil.
  • Cabeleireiro então! Ainda não encontrei um aqui que me agradasse. Por isso, espero até ir pro Brasil pra meu cunhado, Paulinho, dar um jeito na cabeleira. Ainda bem que aqui meu cabelo fica parecendo que eu fiz chapinha, enquanto que no Brasil fica todo ouriçado por causa da umidade.
  •  Costumam dizer que alemão é muito mal educado. Dessa vez, percebi que gente mal educada e de mau humor é muito fácil encontrar pelas ruas tupiniquins também.
PS: como disse o Daniel nos comentários, na verdade, não houve assalto na casa da minha vizinha e sim invasão de domicílio. Mas os assaltos também existem, principalmente, em casas de pessoas idosas que não tem como se defender e são enganadas com a história do parente que veio visitar e pede pra abrir a porta.

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