sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Bonn Book Club parte 2











Respondendo à pergunta da Angie.
Bonn é uma cidade multicult, com muitos estrangeiros que não tem parentes próximos e o apoio mútuo de não-familiares é muito importante. Por isso, existem muitos grupos, associações e clubes que oferecem serviços, atividades e cursos de integração e aprimoramento e muitos são simplesmente iniciados por pessoas de boa vontade.
Este é o caso do Book Club. Ele foi inaugurado em março de 2007, a partir de um playgroup para crianças até 3 anos, do qual a Lara participava. Todas as quintas-feiras, nos reuníamos, crianças e mães ( ou pais), para que os rebentos pudessem brincar e cantar e os adultos conversar. Algo que no Brasil é mais difícil acontecer, pois, normalmente, as crianças que ainda não vão à escola tendem a ficar em casa com a mãe, com a vó ou com a babá e não têm chance de interagir com regularidade com outras crianças - muitas vezes, só com primos ou vizinhos. E o playgroup, para mães que não trabalham fora, é uma grande oportunidade para trocar informações, conversar e deixar as crianças brincarem e se pegarem - porque dava cada briga, também!
O local do playgroup era uma casa gentilmente disponibilizada pela Independent Bonn International School (IBIS). Com isso, eles já plantavam a sementinha para futuros alunos e nós tínhamos um lugar para onde levar as crianças (coisa rara no inverno) e fazer ótimas amizades. Contribuíamos com um euro por encontro, para bebidas e snacks e o que sobrava, no final do semestre, era usado para comprar material para as crianças produzirem alguma coisa artesanal.
Quando comecei a fazer parte deste grupo, ele era organizado por uma das mães, a Rachel Mark, que já voltou para os EUA ( e cujo marido era agente da CIA). Foi ela que também resolveu montar o clube do livro para que pudéssemos, além de conversar a respeito de livros, sair um pouco do ambiente doméstico, deixando os filhotes por conta dos outros 50% ou com uma baby sitter, pelo menos uma vez por mês.
O clube tem um moderador - que agora é a Ann Sullivan - que só organiza os encontros e os livros a serem lidos, a reunião não tem moderação e é só pra conversar e espairecer. Os membros sugerem livros para os próximos encontros, sem obrigatoriedade de serem lidos. Nos comunicamos por e-mail e à mesa sempre surgem assuntos interessantíssimos. Ontem, foi a respeito de uma reportagem da CNN sobre cirurgia plástica no Brasil, trabalho, gravidez e parto nos vários países, bebidas e comidas diferentes e os lugares para onde fomos em férias: Estocolmo, Paris, Islândia.
No final do ano, fazemos um encontro mais requintado, com jantar de natal e troca de livros, que são embalados para presentes e colocados dentro de um saco - cada uma pega um e pronto. Há dois anos, fiz de brincadeira uns marcadores de livros para presenteá-las neste encontro de Natal e, desde então, virou tradição (se é que dois anos consecutivos dá pra dizer que já é tradição). Nas fotos acima, os que fiz para o ano passado.
Criar um book club ou um playgroup é uma ótima idéia e grande chance para as crianças se socializarem e até aprenderem a falar e para os pais fazerem amizades, bater papo, trocar idéias e comer bem. Se você não tiver nenhum por perto, vale a pena dar o primeiro passo.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Bonn Book Club

Acabei de voltar do encontro do Book Club do qual faço parte. Nós nos reunimos mensalmente em bares ou restaurantes escolhidos em rodízio por um dos membros. Desta vez foi no restaurante Scenario em Bad Godesberg. O grupo é formado por várias americanas, duas alemãs, uma escocesa, uma inglesa, uma islandesa, uma australiana e eu. É aberto a quem quiser participar, desde que se inscreva no grupo e more nas redondezas ( ou queira se deslocar de onde for).
Como somos de vários lugares do mundo, sabemos que, um dia, um ou outro vai voltar para seu país ou ir para um outro lugar por este mundão afora. Desta vez é a Sunna, a islandesa, que em novembro volta pra sua terra gelada mas cheia de água quente natural. Ela é super gente fina, bonita por fora e por dentro; a outra que também está voltando, só que pra Michigan, é a Ellyn. Boa sorte pra elas.
Como em toda rodinha de mulher, o assunto nunca é um assunto só, muito menos só o assunto que deu origem ao encontro. Não nos limitamos a falar somente sobre o livro. Aliás, faz tempo que eu não os leio, mas continuo indo aos encontros, pois é uma ótima oportunidade de praticar o inglês. Como digo: -"Estou perdendo o inglês e não estou ganhando nenhum alemão." E meu marido me responde: - "Ao menos você ainda tem o português e o brasileiro que vos fala. Seu amo e senhor." (ui)
Abaixo a lista bem eclética de livros lidos e propostos até outubro, pra quem quiser e gosta de ler.
March 2007 - The Reader by Bernard Schlink
April 2007 - The Ivy Chronicles by Karen Quinn
June 2007 – The Virgin’s Lover by Phillipa Gregory
August 2007 - The Kite Runner by Khaled Hussein
September 2007 -The Bookseller of Kabul by Asne Seierstad
October 2007 -The Friday Night Knitting Club by Kate Jacobs.
November 2007 - Digging to America by Anne Tyler
December 2007 - Ladies #1 Detective Agency by Alexander McCall Smith
January 2008 - Wild Swans 3 Daughters of China by Jung Chang
February 2008 - A short history of tractors in Ukrainian by Maria Lewycka
March 2008 - Tears of the Giraffe by Alexander McCall Smith
May 2008 - Beyond the Sky and Earth, A Journey into Bhutan by Jamie Zeppa.
June 2008 - Escape by Carolyn Jessop
July 2008 - The Other Boleyn Girl by Philippa Gregory
August 2008 - I Don't Know How She Does It by Allison Pearson
September 2008 - Water for Elephants by Sara Gruen.
October 2008 - Eat,Pray ,Love by Elizabeth Gilbert
November 2008 - The secret life of bees by Sue Monk Kidd
December 2008 - Holy Cow by Sarah MacDonald
January 2009 - The Lollipop Shoes by Joanne Harris
February 2009 - The Pillars of the Earth by Ken Follett
March 2009 - Q and A by Vikas Swarup
April 2009 - Ines of my Soul by Isabel Allende
May 2009 - Shadow of the Wind by Carlos Ruiz Zafon and Lucia Graves
June 2009 - Arctic Chill by Arnaldur Indridason
July 2009 - Thanks for the Memories by Cecilia Ahern
August 2009 - The Island by Victoria Hislop
September 2009 - The Eight by Katherine Neville
October 2009 - Emma by Jane Austen


Debbie, England; Ann, Scotland; Sunna, Iceland; Ellyn, USA; Beatriz, USA; Dany, Germany; Nancy, USA; e eu.


quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Amizade via blog

Hoje fui à casa da Juliana, que é de Curitiba - cidade do Amanzor - e mora em Beuel, do outro lado do rio. Ela me contatou através do blog, conversamos por telefone e ela me convidou para ir a sua casa. Foi ótimo!!! Ela tem duas crianças lindas, o Gustavo, que tem a idade da Lara, e a Luana, de 18 meses (tô certa, Juliana?). Comi um bolo delicioso de chocolate e as crianças se divertiram com pistola d'água e sorvete.





Esta tarde agradável foi graças ao blog. Bons frutos, boas amizades. Obrigada, Juliana. A próxima é aqui em casa. Pena que não tirei foto sua.
Ah! De quebra ganhei duas agendas produzidas pela irmã e cunhado dela ( ou será irmão e cunhada?). Super criativas e cheias de informações, poesias e citações, feitas em Curitiba e ainda com Projeto Social! Vale a pena ir ao site deles dar uma olhada http://www.agendarte.com.br/.

sábado, 22 de agosto de 2009

Estórias para Crianças Cabeludas

Recebi um e-mail (aliás, vários) sobre um livro alemão de educação sexual para crianças. Em um desses e-mails, o remetente me perguntava se era verdade. Eu pesquisei na internet e encontrei o livro à venda na Amazon.de. Eu pessoalmente nunca topei com este livro nas livrarias. O livro é originariamente dinamarquês e se chama Sadan far man et Barn. Em alemão, chama-se "Wie Vater und Mutter ein kind bekommen" ( Como papai e mamãe ganham um filho/bebê) .
Ele é recomendado para crianças de 4 a 7 anos e é bem explícito para os padrões brasileiros. Apesar de eu achar isso um paradoxo para um país tão famoso por suas mulheres peladas no carnaval e em suas praias e concursos infantis de Créu, Boquinha da Garrafa, Eguinha Pocotó etc. - liberal na prática e tão conservador na teoria.



E então me lembrei da primeira vez que topei com um livro desses, que vai direto ao ponto. Foi na casa da minha amiga portuguesa casada com um alemão muito simpático.Eles tem uma filhinha da idade da Lara e sobre a mesa da sala havia um livro chamado Struwwelpeter. Comecei a folheá-lo e achei estranhas as gravuras bem "esclarecedoras". Os poemas eu não consegui entender, porque, além de estarem em alemão, era alemão do século 19. E então o meu amigo me explicou que era um livro que ele ganhou quando era criança e que agora era da filha deles. É uma coletânea de estórias escritas por Heinrich Hoffmann (1809-1894) em 1844 e a moral das estórias é que sempre alguma coisa de ruim vai acontecer com você se você fizer traquinagens, não se comportar e não respeitar os mais velhos. E tudo isso de forma bem gráfica.


Abaixo algumas estórias do Struwwelpeter e uma outra, tão famosa que até tem guardanapo com as estórias. Existem dezenas de outras estórias infantis alemãs do século 19 ainda mais cabeludas para os padrões atuais, como por exemplo, a antisemita Die Judenbuche - The Jews' Beech Tree (A Árvore de Faia dos Judeus - não consegui traduzir isso). Elas podem ser encontradas nos links.
Este é o Struwwelpeter, que não deixa pentear os cabelos, nem cortar as unhas. Olha a cara de alegre.


Aqui, algumas ilustrações da estória Die gar traurige Geschichte mit dem Feuerzeug traduzida para o inglês como "The Dreadful Story of Pauline and the Matches" (A assustadora estória de Pauline e os Fósforos). Uma menina que fica sozinha em casa e, apesar de saber que não pode brincar com fósforos, brinca e acaba virando só o pó.






Esses gatinhos chorando com o lenço são demais!
Abaixo a estória do Chupa Dedo, "Die Geschichte vom Daumenlutscher" (The Story of Little Suck-a-Thumb). A mãe vai dar uma saidinha e diz para o filho não chupar o dedo. Ele chupa e aí aparece o cortador de dedos e corta os polegares dele. uiuiui










Estes aqui são Max und Moritz, estória em 7 travessuras escrita por Wilhelm Busch (1832-1908) em 1865. Dois pestes que só fazem arte e acabam levando o que merecem no final. Já virou até filme.




Sobre o título do post:

Minha mãe costuma usar uns trocadilhos interessantes tais como: pentes para homem de osso,meias para mulheres de seda, pernas para homem de pau, bicicletas para crianças de aço, jaquetas para homens de couro, calcinhas para mulheres de lycra e por aí vai. E eu morria de rir quando era criança. Melhor do que chorar com essas estórias alemãs. Mas pensando bem, a gente também tem umas estórias e cantigas infantis politicamente incorretas como "Atirei o pau no gato" e " Nana Nenê" - esta hoje daria abandono de incapaz.


Novidades sobre o Jardinzinho

A minha colega da blogosfera, brasileira, moradora de Bonn e jornalista da Deutsche Welle, Bettina Riffel, publicou em seu blog uma reportagem sobre os Schrebergarten. Dou o link aqui para acrescentar informações ao meu post sobre o assunto.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Lara na Beira do Reno reeditado

Antes de começar a escrever este blog, escrevi um livro de poesia para a minha filha. Ele foi escrito em dois dias - uma hora, em um dia, e 3 horas, no dia seguinte. Foi uma compilação de versinhos que eu cantava e inventava pra ela desde que nasceu e de situações vividas nos nossos primeiros anos aqui em Bonn. Ele foi escrito para refrescar a memória da Lara quando estiver crescida.
Foi a partir dele que percebi a necessidade de escrever, daí nasceu o blog. Ele serve para eu não esquecer tudo que eu vivo e percebo por aqui; para que as pessoas que já estão aqui tenham contato com uma outra forma de ver a cidade e o país; e para quem está pensando em vir pra cá já ter uma idéia do que vai encontrar. Escrevo sem pretensões de ter a última palavra ou esgotar todo e qualquer assunto aqui tratado. É só uma forma de por no "papel" um pouco do que percebo e sinto com uma pitado do meu bom humor às vezes sem graça. Uma forma de me sentir produtiva, mesmo deixando marido e filha na cozinha fazendo a janta enquanto estou aqui neste exato momento.

Como dei as duas únicas cópias que encomendei como teste, hoje, resolvi encomendar outra, mas antes fiz a revisão da primeira versão disponibilizada no site www.blurb.com em janeiro deste ano. Abaixo, a sinopse da capa:

"Os pais de Lara mudaram-se para Bonn, na Alemanha, quando ela tinha apenas 5 meses. Agora, com 3 anos, Lara já vivenciou grandes mudanças de temperatura, pode perceber como as estações do ano são únicas, como não é fácil aprender ao mesmo tempo línguas tão distintas , e como a natureza, com seus animais selvagens, flores e árvores, está tão presente numa cidade que tem todas as facilidades de cidade grande, mas que agora tem jeito de cidade pequena. Nada a ver com São Paulo, a maior cidade do Brasil. Mudar para um país diferente, do outro lado do oceano e morar na beirinha de um rio também tão diferente daquele que passa em sua cidade natal, é uma experiência única na vida de Lara. Mas será que essa experiência se fará presente em sua lembrança quando ela se tornar adulta?
Este livro é para ela não esquecer dos seus primeiros anos de vida em uma cidade que tem tudo de Bonn."

Clique no link abaixo para ver algumas páginas do livro.

E olha o Jabá feito: se quiser, pode comprá-lo diretamente no site.



By ARLETE SOFFIATTI

Mais do que um trocado, uma boa troca

Com a divulgação de um texto da revista Nova Escola, o blog Nossa Caixinha deu uma dica super interessante para os brasileiros que costumam circular de carro pela cidade e ser abordados por pedintes e vendedores nos faróis. Vale a pena ir lá conferir. E tem uma outra sugestão em um dos cometários também.

domingo, 16 de agosto de 2009

TPM - Tô pra morrer e não tô pra me molhar

O dia tá lindo e eu não tô aguentando com a gata pelo rabo. Fiquei em casa e marido e filha foram para o "Piscinão de Ramos". Como aqui faz frio mais ou menos 8 meses por ano, é raro as pessoas (as que podem) terem piscina em casa e é proibido nadar no rio Reno. Então, a prefeitura oferece à população os Freibad/Schwimmbad - piscinas abertas para o público em geral. Público em geral, mesmo. Não existe nenhuma restrição para se frequentar o lugar. Traduzindo, se você tem piolho, fungo no pé ou em outras anatomias, infecção bacteriana etc, você não é brecado na porta. Eu sempre tenho o azar de perceber, depois de um tempo, que trouxe pra casa um companheirinho.
Mas, está fazendo um sol danado, é o último dia de férias da fofa e ela precisa de uma distração. E eu me neguei a ganhar uma distração extra pra daqui a alguns dias, por isso, as fotos são antigas.

Este é o que eles foram hoje. Fica em Rüngsdorf ( bairro vizinho ao nosso) nas margens do Reno e é da prefeitura de Bonn






Esses "clubes" fecham no final do verão. E então, é hora de ir para as piscinas de inverno - os Hallenbad. Elas funcionam da mesma forma, só que são fechadas e com água quente. Pra sopa de fungos ficar ainda melhor.
De fato, tanto o Schwimmbad quanto o Hallenbad não são só mantidos pela prefeitura. Também tem os privados. Eles são bem mais estruturados e mais caros, com restaurantes e cafés dentro, piscinas infantis com decoração, hidromassagem, sauna e massagem, tanque para aulas de mergulho, aulas de natação etc, mas o princípio e o fim são os mesmos. A diversão é garantida e uma possível coceira também.
A diversão já começa na entrada, quando tem que trocar de roupa. Muitos deles oferecem as cabines individuais, mas quando estas estão ocupadas, vale tudo. É homem, criança e mulher se trocando um na frente do outro. E na hora da ducha, a mesma coisa. Existem as separações, mas muitas vezes está tão lotado que você tem que optar, espera ou seja lá o que Deus quiser.
Alguns pais costumam deixar as crianças andarem pra cima e pra baixo como vieram ao mundo e algumas mães e mulheres costumam fazer o mesmo da cintura pra cima. Aliás, ficar pelado é costume tambem nas saunas. Na verdade, é regra. Mesmo nas mistas, não é permitida a entrada de nenhuma peça de roupa a não ser toalhas, que não devem ser usadas para se cobrir. Caso seja, você corre o risco de levar uma bronca da velhinha que está sentada logo atrás.
É comum grupos de amigos, solteiros ou não, se reunirem para ir à sauna. Pra mim, não existe coisa mais disconfortante do que saber que um estranho pode me ver nua, mas eu posso nunca mais ver o cara na minha frente. Agora, um amigo do meu marido, hum, acho que não dá certo.
Mas pensando bem, eu também tenho olho, né?

Este é o Römerbad em Bad Breisig ( meia hora daqui de casa)

Na hidro, de óculos

E esta foto foi tirada em um Hallenbad privado em Rheinbach, o "Monte Mare".

Adorei este site!!!

http://www.photofunia.com/

Olha a Lara de cupido! Super fofa.

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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Wir haben mehr zu bieten

E aqui tem outro fato das eleições alemãs. Já foi dito uma vez que os peitos da Angela Merkel são "Armas de Distração em Massa". Uma candidata quis entrar de peito aberto na campanha e usar a deixa pra atrair a massa. Sem a chancela da chanceler, é claro."Nós temos mais a oferecer", diz o cartaz.

Parece que não aprendem

Saiu na CNN. Político negro é alvo da extrema direita alemã. A Alemanha está em campanha municipal e estadual e racista ainda, infelizmente. A História não foi capaz de ensinar, ou melhor, alguns não foram capazes de aprender com os erros do passado. E dê uma olhada no nome do cara, Zeca Schall, que daria pra traduzir como "Zeca do Som" ;o)

Abaixo, a minha tradução da reportagem acima.

BERLIN, Germany (CNN) -- Um político negro em campanha eleitoral na Alemanha Oriental tornou-se vítima de uma campanha racista promovida por um partido de extrema direita. O Partido Nacional Democrata da Alemanha (NPD) diz que está tentando persuadir Zeca Schall, um cidadão alemão que veio de Angola há 21 anos, a deixar o país.
Schall é um membro da União Democrática Cristã (CDU), o partido liderado pela Chanceler alemã Angela Merkel, e foi nomeado como especialista do partido para a integração de minorias.O website do NPD chama Schall de “cota negra” do CDU e exige que ele deixe o país. “O CDU parece ter percebido que mesmo depois de anos de reeducação, negros não podem ser aceitos como hóspedes permanentes em nosso estado”, disse o NPD. Schall disse a CNN que ele nunca passou por nenhuma situação com este nível de ódio racial. “Eu estou chocado”, disse ele na útlima quinta-feira em um evento da campanha eleitoral em Erfurt, a capital da Turíngia. “Eu simplesmente não posso acreditar que pessoas façam isso com seus semelhantes”. Schall, que aparece num dos cartazes de campanha do CDU,disse estar assustado. A polícia patrulha minha casa dia e noite e alguns policiais ficam em minha casa à noite, disse. Mas Schall disse que ele não está pensando em deixar a Alemanha e o CDU disse que ele tem o total apoio do partido. Schall e o CDU disseram que eles entraram com um processo contra o NPD.
A situação piorou na quarta-feira quando o a liderança nacional do NPD fez uma reunião na cidade adotada por Schall, Hildburghausen. O diretor do partido, Udo Voigt, tentou falar com Schall e persuadi-lo, dizendo que ele é mais necessário em Angola do que na Alemanha, disse o NPD em uma nota à imprensa. Policiais enviados para proteger Schall evitaram que representantes do NPD tivessem acesso à casa do político. Ele está em campanha para o CDU para a eleição estadual da Turingia que fica na antiga Alemanha Oriental comunista. O extremismo conservador é normalmente um problema maior na Alemanha Oriental do que na Ocidental e os cidadãos de Hildburghausen disseram a CNN que embora a maioria das pessoas apoiem o político, fascismo é um problema na região. “É claro que temos uma base de extrema-direita aqui,” disse um transeunte no mercado do centro da cidade. Mas a maioria dos entrevistados pela CNN denunciaram a campanha contra Schall e disseram que ele é um membro respeitado da comunidade. “Eu não sou somente um membro do CDU. Eu trabalho também no departamento local de combate a incêndio como bombeiro voluntário”, disse Schall. Frank Schwerdt, o lider do NPD em Erfurt tentou minimizar os eventos. “Esta não é uma campanha pessoal contra Schall.”, disse. "Nós simplesmente sentimos que muitos cidadãos não querem que estrangeiros tenham a palavra em nossa política.” O NPD tem sido observado pelo Departamento de Proteção à Constituição da Alemanha por supostos contatos com grupos neonazistas ilegais. Entretanto, esforços anteriores de banir o partido falharam por tecnicalidades. O NPD nega ligação com grupos ilegais. Mas membros do CDU disseram à CNN que desde que a campanha racista contra Schall teve início ele recebeu várias ameaças de morte e o partido não mais permitirá que ele dê entrevistas à imprensa por causa dos riscos.
Num evento da campanha na quinta-feira en Erfurt pode-se notar um aumento da presença de força policial, e membros do CDU disseram que policiais à paisana circulavam entre a multidão.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

passeio de domingo

Este vídeo é um teste, pois tenho problemas para carregar fotos no blog e perco muito tempo tentando movê-las. Se alguém puder me ajudar dizendo como mover fotos no post, por favor, deixe um comentário e também me dê feedback no vídeo abaixo. Dankeeeee.


domingo, 9 de agosto de 2009

Convescote no Reno

Quinta-feira passada, o Amanzor me ligou à tarde dizendo que o tempo estava lindo e sugeriu um piquenique após retornar do trabalho, ou seja, depois das 18h30. Arrumei o farnel e quando ele chegou, fomos para a beira do rio aqui em frente de casa. Depois de alguns minutos, chegou uma moça com duas crianças e começamos a conversar. Ela é alemã, se chama Katrin Guntershausen e mora em Paris há anos. Trabalha como fotógrafa e é super simpática. Contamos sobre nossa aventura em Paris e ela nos convidou para ficarmos em sua casa da próxima vez, com direito a servir de guia para não entrarmos em enrrascadas gastronômicas e afins. Super!













PS: Se ao menos a tivéssemos conhecido uma semana antes de viajar!!!

Caris é Paríssima - parte 3 ou Quem Paris Mateus que o embale e carregue

Esqueci de dizer aos meus amigos que tem filhos pequenos que Paris não é uma cidade preparada para receber crianças como as cidades da Alemanha. Tive a impressão que cães são mais bem vindos do que filhotes de seres humanos.
Os restaurantes chiques não veem com bons olhos a presença dos pimpolhos - isso quando não se negam a aceitar reservas com crianças. Não foi experiência própria porque não vou mesmo a estes restaurantes caríssimos, mas foi informação dada por pessoa que costuma ir a esses lugares. Apesar disso, minha filha foi muito bem vinda em todos os restaurantes que fomos.
Os ônibus não são adequados para os carrinhos de bebês. E o metrô, então? Primeiro, gordo não passa na roleta quanto mais carrinho de bebê. Você tem que solicitar ao caixa da bilheteria para abrir a porta lateral pra você passar com o carrinho e/ou com as malas. E muitas estações não tem rampas ou elevadores e tem escadas que não acabam mais. Se você, mãe ou pai, quiser passear sozinho com seu(s) filho(s) vai ter que ter braços e pernas fortes pra carregar a carga pra cima e pra baixo ou esperar que um santo ilumine um usuário pra te ajudar na árdua tarefa.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Caris é Paríssima parte 2













Fomos para Paris de trem. Door-to-door = 6 horas. Ficamos lá 4 dias - 12 horas de viagem = 3 dias e meio. Então, não foi possível ver tudo muito menos em detalhes = ter que voltar de novo.
Respondendo às perguntas feitas por e-mail:
Sim, subimos na torre e sim, fomos até Notre Dame mas não vi o Quasimodo. Sim, subimos as escadarias do Sacré-Coeur e paguei pecados por 2 gerações fazendo isso. Não, não fomos no museu d'Orsay , na Place de La Concorde, na Place Vendome, no Grand Palais, no Jardin des Tuilleries, no Moulin Rouge, no Pompidou, na Place de Vosges, no Pantheon, na Bastille, na Madeleine, no La Defénse, em Saint Germain, no Marais, em Montparnasse, no Palais du Luxembourg mas passamos en passant por muitos destes lugares. Não fomos no Cemitério du Pére Lechaise ver o túmulo do Jim Morrison só pra checar se o Jim Morreusim. Não jantamos em nenhum restaurante típico francês. Não fizemos compras na Galerie Lafayette ( só almoçamos - muito mal de novo), muito menos na Tiffany's, Cartier, Louis Vuitton, Mont Blanc, Escada - apesar de termos subido e descido muitas. Também não tenho como sair me gabano de ter comprado na Dolce&Gabana mas andamos Prada com pau e quando chegamos no Hotel des Invalides, já estávamos inválidos e mortos demais pra ver túmulo.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Caris é Paríssima


Após três anos e meio morando na Europa e depois de passar semanas planejando, finalmente passamos um final de semana prolongado em Paris. Compramos os tickets para o sightseeing tour - hop on/ hop off com o ônibus double decker da empresa Les Cars Rouges. É a melhor pedida para quem for ficar lá pouco tempo, mas evite usar roupas claras pois o nome deveria ser "Les Cars Sujes".
Escolhemos um hotel não tão barato e sem café da manhã, o que já tínhamos prometido nunca mais fazer mas a localização era ótima e, à primeira vista, um hotel adequado.


Vista da fachada do hotel

Quando entramos, mais uma vez concluímos que não dá pra acreditar em tudo que se vê na internet. Bom, vamos ver o quarto. Abrimos a porta e levamos um choque com o tamanho e o bafo quente que veio lá de dentro. Não tem café da manhã incluído mas tem sauna grátis sem sair do quarto. Estavamos enlatados, cozidos e fritos. Ao menos, tinham duas portas para uma varanda de meio metro de largura. Os móveis estavam bem caidinhos, mas as camas e os travesseiros eram confortáveis e tudo muito limpo. Abrimos a porta da varanda pra arejar e a vista pagou o quarto.





Não tivemos tempo de ir à Versailles, mas tivemos um gostinho do que poderíamos ver por lá na Opéra Garnier.








A nossa ignorância artística, nos fez achar que o teto ainda estava sendo restaurado e por isso estava com essas pinturas mal feitas. Depois viemos a saber que se trata de uma obra de Marc Chagall.








Galerie Lafayette e os Camelots. Choque de consumo.

Cúpula da Galerie Lafayette



Meu Sacré Coeur de Jesus!!!


Essa rua que dá acesso à basílica parece a VãnÇãnqdiMars.



Paris arrota cultura e não é só Haute Couture.

Não é Sampa, mas tem Sympa.


Deu fome. Aí o bicho pegou. Como se sobrevive numa cidade cara e onde se come tão mal? Não fui para Paris pra comer castanhas assadas nem panqueca com Nutella. Esperava ir a qualquer bistro ou café de esquina e comer bem.

Então, fomos aos restaurantes onde tinham mais pessoas, menos arriscado. A primeira experiência foi péssima. Pedi um salmão grelhado com arroz. Veio salmão queimado com arroz sem sal e nem uma folhinha de alface com um tomatinho cherrie pra enfeitar o prato. Não tinha tempero e custou 14 euros! O suco de laranja custou 6 euros.

Parece que francês não conhece a definição que nós brasileiros damos para couvert (palavra francesa). Quando servem, é só pão. Nem uma manteiguinha muito menos patê ( outra palavra francesa). Sopa, então, eles só servem de cebola ou de tomate. Parece que ainda não aprenderam que creme de champignon ( outra) é coisa simples de se fazer, bouillon e purê (outras!!!) também. Me arrisquei a pedir purê duas vezes e o que me trouxeram foi batata amassada (e mal amassada). Comer bem em uma cidade, país, lugar, pra mim, significa entrar em restaurantes apresentáveis e não ter surpresas desagrádaveis. Pommes frites ( será outra palavra francesa?) murcha e frita em óleo velho, carne sem tempero e legumes insossos não é o que eu chamaria de boa cozinha principalmente se levar em consideração o preço da coisa. Sabia que não era uma cidade barata mas não tinha intenção de deixar as calças ( sem presentes de natal esse ano, gente).

Cansados de levar sustos, resolvemos enfiar o pé na jaca e ir a um restaurante que foi mencionado no audio guide do Les Cars Sujes: "Café de La Paix ", em frente ao Palais Opéra Garnier. Quando entramos de mochila nas costas e cansadíssimos depois de termos andado só um vinte avos do Louvre, pensamos duas vezes em voltar pra trás, mas resolvemos meter as caras.



Bom, foi meter as caras e a mão no bolso. Eram 5 horas da tarde, cedo pra jantar e caro pra danar. Eu pedi uma bomba de chocolate, um chocolate quente para a Lara - este sim maravilhoso, vem uma jarrinha com leite e outra com chocolate derretido. Aliás, não dá pra negar que em termos de doces, fomos muito bem servidos em todos os lugares - e o Amanzor pediu meio litro de cerveja e um lanche porque estava com fome. Pelo preço, achou que viria O SENHOR lanche. Veio uma baguette com manteiga, presunto e queijo e nem eram de primeira.

Dê uma olhada na conta.


Esse não desceu redondo - QUATORZE EUROS.


Parece pão dos botecos de São Paulo, mas custou 13 euros


DEUS QUE ME LOUVRE!

Deixamos para ir ao Louvre no domingo porque parecia que ia chover. E choveu. Mas não sabíamos que no primeiro domingo do mês a entrada é gratuita. E quando chegamos lá a fila era imensa mas andou rápido. Que marzão de gente! Pensei na gripe suína, mas ...

Tomamos um rumo diferente do povão e aí o ambiente ficou mais tranquilo. Fomos ver os apartamentos de Napoleão. Eu acho que em outra "encadernação", como diria meu amigo Marco, eu vivi num ambiente desses. Eu era a que limpava os lustres, varria e tirava o pó desse mundaréu de panos, porque a primeira coisa que me veio à cabeça foi como isso tudo era limpo e conservado pra durar até hoje. Certamente eu não era braço curto e nem dava uma de João sem braço como a madame aí embaixo.











Vênus de Milo ( não é De Millus, por favor)

Imagine você passar o dia inteiro num museu com uma criança de 4 anos vendo pinturas, estátuas, pedaços de pedra e móveis. A coitada da Lara aguentou firme, andou, subiu e desceu escadas e quando estava pra começar a ficar cansada, entramos no setor da Grécia antiga. E aí foi só diversão. Ela ficou entretida procurando e nos chamando pra mostrar as estátuas - que não eram poucas - com o pin.. de fora.

Desculpe a ignorância civilizatório-artístico- histórico-temporal, mas pelos exemplares,definitivamente, não havia judeus na Grécia antiga e a virilidade estava na beleza e forma bem feita do corpo e não no tamanho do dito cujo.
Aliás, tamanho, definitivamente, não é documento haja vista a dona Monalisa. Toda pequenininha contrapondo um quadrão enorme à sua frente a quem ninguém estava dando a mínima atenção. É prova de como funciona a cultura de massa e as armadilhas turísticas. Apesar de medieval foi transformada em pop e ninguém consegue chegar perto pra poder apreciá-la tamanha a quantidade de gente tentando tirar foto da coitada e o pior, com flashes, que estouravam no vidro estragando as fotos uns dos outros.




O quadro era tão grande que parecia um espelho do que se passava na sala. Não tive coragem de enfrentar a multidão pra ver de que quadro se tratava. Fugi dali rapidinho e fui pro lojinha comprar um livro sobre a história da mulherzinha no quadrinho pra poder apreciar seus detalhes.



Quando eu era criança, meu vizinho, Jean, tinha essa mesma foto pendurada na sala, tirada quando de sua viagem à Paris. Eu amava aquela foto e pensava se um dia eu teria a possibilidade de estar neste lugar pessoalmente. Fiz questão de passar pela ponte Alexandre III para tirar a foto.


Posso te dizer que esses doisdos não eram brasileiros. Apesar de poder garantir que o Brasil está bem menos populoso neste inverno. Só se ouvia português. Ou é culpa da baixa do dólar ou a situação econômica para alguns não está tão feia como pintam.


O que é chic? Dormir debaixo da ponte em Paris ou num flat em São Paulo?



A bunda, digo, a torre vista por trás.

Será que vai chover? Vai.

Perdida nos Campos Elíseos.
Hora de voltar pra casa.

Ah! Os garçons não foram tão mal educados.
Amanzor perdeu as echarpes que comprei na VãnÇanqdiMars e eu esqueci um pacote de souvenirs no hotel. Encontraram mas cobram pra mandar pelo correio mais do que paguei por eles. Vão ficar por lá.

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