quarta-feira, 30 de junho de 2010

Homenagem à Holanda

 A Holanda tem que perder sexta-feira, mas quem vem pra Europa não pode perder a Holanda. É linda. Em 2007, fizemos uma viagem curtinha por lá. Passamos por Amsterdam, Volendam (uma vila de pescadores, bem turística), Zaanse Schans (uma "plantação de moinhos de vento" onde fica um museu de tamancos com demonstração da fabricação), Nordwijk (no litoral) e Keukenhof, onde em abril tem a famosa exposição de tulipas.
Em Amsterdam, passeamos pelos canais e eu, que gosto de uma desgraça, fui visitar o museu da Anne Frank e o Museu da Tortura. Nesse, só tinha eu. Senti um p... medão. Queria ter ido ao Museu do Sexo, mas aí já era demais. Demos uma passadinha pelo Red Light District, mas com a Lara não seria o tipo de passeio ideal. Demoramos para encontrar um lugar decente pra jantar e por fim fomos parar em um restaurante que fica onde era a primeira fábrica da Heineken - "Die Port Van Cleve". Comida ótima e com um esquema interessante de steaks numerados. Essa é uma tradição que perdura desde 1800 e almôndegas . Hoje ,quem recebe um steak com um centena redonda, recebe um garrafa de vinho de presente, não foi o nosso caso. Na Dam square, havia um parque de diversões e o tio Paulo, dindinho da Lara, se apaixonou por um cavalo de pelúcia pra dar pra Lara. Pra ganhá-lo, era preciso dar doze tiros certeiros de espingarda. Formou um bando de gente atrás dele, torcendo, quando viram que ele não errava. Quando chegou no 11o tiro, as balas acabaram e o dono da barraca disse que ele tinha perdido, e o povo começou a gritar dizendo que ele não tinha errado nenhum tiro e que só tinham 11 balas. O cara teve que ceder, senão iria apanhar. Tem malandro em tudo quanto é lugar. E o Paulo voltou pro hotel, lindo e faceiro com o cavalo debaixo do braço.
Em Volendam, só passeamos pela marina rodeada de casinhas típicas na orla, que é o que tem pra ver.
Em Zaanse Schans, passamos fome, porque só tem um restaurante e, pelo horário, não tinha mais comida - duas da tarde. Lá tem vários moinhos, uma fábrica de queijo e uma fábrica/museu de tamanco.
Em Nordwijk, quase não conseguimos um lugar pra comer também. Não gostei da comida da Holanda e parece que os restaurantes fecham pra almoço. Fizemos a besteira de não tomar café da manhã no hotel, achando que seria fácil encontrar um tipo de padaria na rua. Ledo engano. De novo passamos fome e nosso café da manhã/almoço teve que ser um pão com tender e suco de laranja de uma barraquinha na entrada do parque da exposição de tulipas em Keukenhof, que por sinal  é lindo. A Lara parou pra cheirar quase todas as flores do parque. Fomos almoçar só as quatro da tarde quando retornamos pra casa e paramos em Düsseldorf.
Quanto ao jogo de sexta, espero que o time da Holanda entre em campo de tamancos, daqueles bem grandões.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Com o rei na barriga

Eu sei que o blog tem como ponto principal falar de Bonn e da nossa experiência por estes lados. Eu sei que os poucos que o leem tem talvez interesse unicamente nesses tópicos. Mas eu sei também - e foi pra isso que o fiz - que ele funciona como um desopilador de fígado para sua propriotária e como um forma de compartilhar com amigos e familiares o nosso dia a dia.
Como a minha gravidez é no momento tudo que tenho vivido em Bonn - pois tenho evitado viajar e  desejado que o mundo acabe em barranco pra eu morrer encostada - e é também tudo de bom porque foi desejada e alcançada, não estranhe o fato do tema dos próximos posts ser basicamente sobre isso. Meu corpo  e meu cérebro estão com suas tropas e trompas todas voltadas para o ser que está sendo gerado e não consigo ter olhos para o que se passa além dos limites da minha rotina de ser mãe e grávida. Nem o coitado do Amanzor está tendo vez, aliás, tem sido pai da Lara e meu também. Então, me perdoem os que  visitam o blog com intenção de saber o que tem rolado nas redondezas. Estou fechada para balanço e no momento só olhando para o próprio umbigo e me sentindo com o rei na barriga. 

Querer nem sempre é poder, mas tem que tentar

Tão logo decidimos engravidar, procurei a minha ginecologista aqui na Alemanha para fazer um check up e preparativos para o processo. Me pediu que eu parasse com a pílula e que assim que tivesse minha primeira menstruação, retornasse. Retornei por volta de novembro/2008 e ela fez então os exames de praxe e me deu as vacinas necessárias. Alguns dias depois, recebi uma carta em casa dizendo que eu deveria marcar uma consulta  para esclarecimentos.  Fui à tal consulta e ela me disse que um dos índices hormonais encontrados no sangue demonstrava que eu não conseguiria engravidar naturalmente, ou seja, precisaria de um tratamento hormonal. E foi logo perguntando se eu iria fazê-lo ou não, só faltou dizer: - "Vai querê?". Eu disse que isso era uma decisão conjunta minha e do meu marido e que não tínhamos nenhuma intenção em ter que entrar naqueles processos arriscados de tratamento hormonal, fertilização in vitro etc. para termos um segundo filho. Também  fiquei irritada, pois a médica não me disse que o exame de sangue que eu havia feito era pra isso.  Saí de lá arrasada.
Conversei com o Amanzor que disse que precisávamos de uma segunda opinião ( aí lembrei daquela piada em que o paciente é informado que tem câncer e então diz ao medico: - "Eu quero uma segunda opinião". O médico vira e diz: - Ok. Aí vai a segunda opinião. Além de ter câncer, você é feio"). Mandei um e-mail para o meu ginecologista brasileiro, Dr. Marcelo, e passei os índices hormonais do teste. Ele disse que estava tudo normal e que não existe nenhum índice que diz que uma mulher que menstrua e é saudável não pode engravidar e que só depois de 6 meses a um ano tentando sem sucesso é que deveríamos ver se algo não estava como deveria. "Vá se divertindo por enquanto", disse ele. Portanto, a informação que a médica passou não procedia, pois a gente nem tinha tido tempo de começar a se divertir. Mas o estrago estava feito, o psicológico estava abalado.
Por conta disso e de outros eventos, nada aconteceu por mais de um ano e quando já não estávamos tentando de forma sistemática, aconteceu naturalmente. Retornei à mesma médica, que não demonstrou nenhuma reação positiva (afinal, eu provei por A+B que ela estava errada). Fez os exames de praxe, constatou a gravidez e disse que devido à minha idade eu deveria me preparar para o fato da criança poder ter Síndrome de Down e, portanto, deveria ir pensando na possibilidade de ter que fazer um exame invasivo e (levemente) arriscado para o feto chamado "Amniocentese"- aquele que enfia um puta de um agulhão na barriga e  tira um pouco do líquido amniótico. Eu não sou nenhuma ignorante e disse a ela que sabia que antes desse tem outro exame não invasivo e sem riscos ( que  fiz na gravidez da Lara) - uma Ultrassonografia completa - é que só depois do resultado deste exame dar positivo para algum problema é que se faz a Amniocentese, e mesmo assim, já diria de antemão que não gostaria de fazê-lo.  Eu ainda estava na 6a semana e ela disse que de qualquer forma eu deveria pensar se iria fazer ou não a Amniocentese por volta da 14a semana. Então, eu perguntei: - Se eu fizer esse exame e for constatado que o bebê tem um problema, quais são as opções?". Ela respondeu: - "Pela lei alemã você pode interromper a gravidez". Eu disse a ela que estamos voltando ao Brasil  e que lá aborto é proibido por lei e fazer a Amniocentese não iria mudar essa situação. Para quem sofre por antecipação, imaginem como fiquei.
Conversei com o Amanzor e a decisão foi tomada: vamos mudar de médico. Assim o fiz e agora estou sendo acompanhada por uma médica muito mais humana. Ela me acalmou, me orientou melhor e disse que pelo andar da carruagem tudo parecia estar bem. Disse também  que, como médicos, pela lei alemã ,eles tem que orientar o paciente sobre os riscos e possibilidades de uma gravidez tardia, mas que a indicação direta para Amniocentese baseada única e exclusivamente na minha idade é procedimento ultrapassado. Conclusão: a médica anterior foi capaz de tirar toda a poesia de um momento tão especial na vida de uma mulher e de uma família e me por um puta medão.
Hoje, estando na 13a semana,  fiz o ultrassom indicado para detectar problemas congênitos e cromossômicos e o bebê está perfeito, pernas longas e se movimentando o tempo todo. Nada com o que se preocupar. Que vontade de esfregar o exame no nariz daquela bruxa. Não me levem a mal, são os hormônios.

Por que engravidar novamente?

 Em um casal maduro, a decisão de engravidar pela primeira ou próxima vez é sempre conjunta. It takes two to tango, quando um não quer dois não brigam e por ai vai. E se eu não quisesse, não ia ter santo (nem Amanzor) que me faria mudar de idéia. O Amanzor sempre quis ter mais um, mas eu tinha receio de não ser forte o suficiente pra conseguir depois dos 40. No entanto, três situações me fizeram decidir engravidar novamente. 
 A primeira foi logo que a Lara nasceu. Após a primeira consulta pós-parto, meu médico já foi logo perguntando quando seria o próximo. E eu disse que não havíamos pensado em ter outro filho. Ele disse (não exatamente com as palavras a seguir) que a gente não pode ter filhos só pra satisfazer uma necessidade momentânea de...ter filhos. Temos que pensar que, depois de termos o prazer de cuidar dos filhos e vê-los crescerem, eles também serão responsáveis por nós quando ficarmos velhos e que deixar essa responsabilidade nas costas de um único filho é injusto. É preciso dar a eles a opção de dividir as alegrias, as tristezas e as responsabilidades da família. Achei essa posição estranha, mas a segunda situação, que ocorreu antes da Lara nascer, reforçou o que ele estava dizendo e a terceira, que aconteceu bem depois, funcionou pra mim como uma confirmação de que ele estava de alguma forma certo.
A segunda situação foi quando o irmão mais velho do Amanzor, que havia perdido a sua filha de 21 anos numa cirurgia mal sucedida, também perguntou quando viria o segundo. Demos a ele a mesma resposta que demos ao meu médico. E ele, que teve dois filhos, disse: "Quem tem dois tem um, quem tem um não tem nenhum". Aquela frase doeu em mim e mostrou a dor que ele sentia por ter o destino tomado um rumo contrário ao natural que é os pais partirem antes dos filhos.
A terceira foi a doença e morte de meu pai entre julho e outubro de 2008. Eu tenho cinco irmãos e a doença do meu pai dividiu a família. Vimos que a família só era unida na alegria. Na tristeza, cada um tomava o rumo que bem lhe conviesse, transferindo ao outro a sua parcela de responsabilidade pelos cuidados com o pai. Criou-se uma situação de rancor e de desentendimentos não resolvidos até hoje. Para ver meu pai antes de sua morte, por dez dias, deixei a Lara, na época com três anos de idade, aos cuidados do Amanzor, que deixou de ir trabalhar nesse período. Privei minha filha dos meus cuidados para ajudar a cuidar do meu pai, ao menos um pouco. Quando retornei para a Alemanha, ainda dentro do avião, pensei o quanto deve ter sido difícil para o meu pai ver seus filhos brigando por causa da doença dele (ou melhor, pra ver quem ia cuidar dele). Mas ao mesmo tempo pensei como seria difícil para um único filho dar conta da situação. Eu espero nunca estar na situação do meu pai daqui a alguns anos. Mas o que eu preciso fazer agora para que a minha filha tenha vontade de estar ao meu lado e não me ignorar numa hora dessas? É justo deixar que ela não tenha com quem dividir a responsabilidade pelos cuidados dos pais, bem como compartilhar as alegrias e as tristezas da convivência em família nos anos que estão por vir? Também pensei se não seria egoísmo da minha parte pensar dessa forma. Mas havia um motivo a mais para termos mais um filho: o sininho da maternidade bateu de novo. E não dá pra fingir que não o ouvimos, porque ele é ensurdecedor e, ou você toma o tempo em suas mãos e tirar proveito dele, ou fica surda. 
Cheguei em casa, ensaiei para falar para o Amanzor sobre o que estava pensando, mas assim que abri a boca o acordo estava fechado. Isso foi agosto de 2008, a partir de então, para se atingir os objetivos era necessário trabalhar duro...literalmente.
Continua...

domingo, 27 de junho de 2010

O motivo

O que me fez começar a postar sobre a minha experiência de grávida, pré-grávida, grávida trabalhadora e grávida ansiosa-depressiva foi o fato de estar passando por um momento muito especial.
Estou grávida novamente!!!
Não aguentei esperar os três primeiros meses cruciais para contar em doses homeopáticas para os mais próximos e agora, que o primeiro trimestre acabou, estou botando a boca aqui no blog. Não que isso vai mudar muito a quantidade de pessoas que vai saber que estou grávida, dada a frequência do blog. Mas é que ele funciona como um diário (semanário, quinzenário) do que passo por aqui. E esse é um momento importante que não pode passar em branco. Parei de postar com frequência, porque o tempo disponivel que tenho tem sido usado para descansar. Além disso, parece que toda minha energia está concentrada na barriga, não consigo raciocinar direito.
A espera de um bebê é algo interessante mas desgastante fisica e emocionalmente também. Espera-se, espera-se e espera-se. E eu, como boa ansiosa, também sofro por antecipação. Primeiro trimestre, será que tem algum problema? É menino ou menina? A pressão sanguínea está boa? A glicemia? O coração? Cordão umbilical no pescoço? E a todas essas preocupações soma-se a nossa mudança de volta para o Brasil. Como será a viagem com um barrigão de 6 meses? etc. etc.
Bom, está aí o motivo de ter parado de postar. Mas a vontade está voltando.

Ai,ai,ai, Herr Croll

Fui dormir super cedo ontem. O Amanzor veio dormir por volta da meia noite. Quando deu 1 da manhã, ouvi tocar a campainha. O Amanzor levantou e era o Herr Croll, só de pijama, sem nem mesmo ter chinelo nos pés. Ele se trancou do lado de fora - as portas, pelo menos as do nosso prédio, não abrem por fora sem chave quando batem. O Amanzor ficou uns 20 minutos tentando abrir a porta, mas foi impossível, então o negócio foi arrumar a cama no quarto de hóspedes para o Willi passar a noite e logo de manhã ligar para a Frau Baumgarten, a dona que trabalha pra ele há mais de 26 anos, para trazer a chave dela. Ele estava tão embaraçado, mas não perdeu o senso de humor; - "Me empreste a sua arma pra eu dar um tiro na cabeça". Dormiu a noite inteira. Às 7h30 acordou, ligou pra Frau Baumgarten, que trouxe a chave em menos de 5 minutos, e logo foi pra casa, sem sequer querer tomar café com a gente. O interessante é que ele se sentiu mais confortável de  pedir ajuda pra nós e não para qualquer outro vizinho alemão. Agora, a pergunta que não quer calar:  o que que ele foi fazer a uma hora da manhã só de pijama fora de casa? Ao menos ele não estava pelado.

sábado, 12 de junho de 2010

Festivais em Bad Godesberg

Hoje e amanhã tem festa da idade média no centro de Bad Godesberg em comemoração aos 800 anos do Godesburg, castelo medieval que do alto do morro, imponente,  observa a cidade.


 A vista lá do alto é linda

Também está acontecendo o 2. Festival de Balões de Bonn no Rheinaue Park. Fomos no ano passado, mas nenhum balão subiu porque o tempo não estava bom. Tiveram azar este ano também. Infelizmente, balão aqui não vai subindo quando vai caindo a garoa. Aliás, aqui não tem festa junina. Que pena!


Esta bricandeira parece divertida, mas eu não sou louca de colocar o cérebro no pé e o estômago pra fora.

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