quinta-feira, 30 de julho de 2009

Bronze X Câncer

Falei há algum tempo sobre Bronzeamento Artificial e Depressão Sazonal. Terça-feira passada, a Organização Mundial de Saúde definiu que bronzeamento artificial - com lâmpadas e camas de bronzeamento - passou de "provável causa de cancer" para "altamente cancerígeno", principalmente para menores de 30 anos.
Estou curiosa pra saber como os Sonnenstudios, os deprimidos por falta de sol e os adolescentes (ou não) vão fazer para sobreviver, se livrar da depressão e ganhar uma corzinha, por aqui. Tomar sol em excesso, artificial ou não sempre foi aposta de risco. Agora é oficial, livra-se da depressão, ganha-se um bronze e um câncer de brinde.
http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=181787
http://www.ctv.ca/servlet/ArticleNews/story/CTVNews/20090728/tanning_090828/20090728?hub=TopStories

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Schrebergarten - Jardinzinhos da periferia



























Minha vizinha brasileira, que mais parece alemã, me convidou para colher amoras no "Schrebergarten" de uma amiga dela que está na Síria. Nunca tinha passado por esta área, que fica a 5 minutos de carro aqui de casa, apesar de meu marido já ter me falado dela, quando de suas pedalanças pelas redondezas.
Os Schrebergartens são lotezinhos de terra cercados e bem tratados que servem para os alemães, que não tem jardim em casa, exercerem sua paixão pela jardinagem e também para no verão terem um lugar onde fazer churrasco e se divertir.
Não existe nenhuma infraestrutura como luz, água ou telefone, somente um abrigo para se guardar os apetrechos que costumam usar quando estão usufruindo da área. Alguns são bem cuidados, com direito até a anões de jardim, outros nem tanto. Alguns somente para se divertir com os amigos e crianças, outros para plantar flores, verduras e até criar cavalos.
Foi um prazer passear em plena segunda-feira de manhã por uma área tão agradável, tão natureba e tão pertinho de casa.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Comerciais brasileiros da Volkswagen Brasil

Quando assisto TV alemã, me assusto com a incapacidade de criarem comerciais inteligentes e/ou engraçados como nossas agências de publicidade costumam fazer no Brasil - comerciais que chamam a atenção do telespectador, exercendo exatamente a atração que um comercial deve exercer.
Em tempos de crise na indústria automobilística, parece-me que a VW acertou em cheio com a nova ( pra mim é nova) campanha para TV. Vendo esses comerciais, não tem como não achar engraçado. O mais interessante é que utilizam um estereótipo do alemão bem conhecido do brasileiro: a dificuldade de usar os artigos e terminações corretas, bem como utilizar as expressões idiomáticas do portuga. Só vim a compreender tal dificuldade ao perceber que nós, brasileiros, quando estamos aprendendo a falar alemão, cometemos os mesmos erros e devemos soar tão engraçado pra eles como eles para nós, quando tentam falar português, mas eles não tiram sarro disso ( será falta de senso de humor?).
Parabéns à Fauvê e à agência de publicidade responsável pela campanha por terem elogiado a engenharia alemã que é prima, utilizando pra isso o senso de humor brasileiro, que é super (se fosse utilizado o alemão a propaganda certamente não teria a mesma graça). Aliás, parabéns ao ator que faz o alemão, me enganou direitinho.



http://www.youtube.com/watch?v=-lAPa8OqeDY

http://www.youtube.com/watch?v=ESzvlPbdMsE

http://www.youtube.com/watch?v=N5XbKC659bM&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=BFm0-QZ_Jew&feature=related

segunda-feira, 20 de julho de 2009

atendimento médico e farmacêutico.




Eu ja falei em um post anterior que, desde janeiro de 2009, todo mundo na Alemanha tem que estar coberto por um plano de saúde, seja público ou privado. E paga-se por eles. O governo não mantem hospitais públicos de livre acesso. Os hospitais normalmente são mantidos por instituições ligadas ou não às igrejas e universidades.
Para desafogar os hospitais, existe um sistema em que o médico deve estar disponível, dentro do seu horário de atendimento, para atender pacientes em caso de emergência ou doença aguda e só encaminhar para o hospital se for necessário, como uma triagem. Ele não pode dizer não, tem que encaixar. Isso alivia demais a carga de atendimento hospitalar.
Como eu disse, no dia do aniversário da Lara , fiquei 3 horas e meia para ser atendida no pronto socorro, pois era sábado. Mas só depois fiquei sabendo que existe um outro sistema em que médicos ficam de plantão nos próprios consultórios em determinados bairros, evitando a necessidade de ir à emergência quando se tratar de um caso não tão complicado ou se não se tratar de um acidente.
Existem certos procedimentos aqui que me impressionam mas ao mesmo tempo me deixam confusa.

Homeopatia

Quando chegamos aqui, resolvi procurar um médico pediatra para a Lara. No Brasil, tratávamos com um pediatra alopata e uma pediatra homeopata. Pedi a esta que me desse um contato para encontrar um homeopata na região em que iríamos morar. Ela ficou super feliz e disse que eu iria me tratar no berço da Homeopatia. Ela mandou um e-mail para a relações públicas do laboratório Heel, que fica em Baden Baden, e esta me recomendou dois médicos aqui em Bonn. Marquei uma consulta com a mulher que vim a saber era super famosa por estas bandas. Disse que não falava alemão e a recepcionista confirmou que a médica falava inglês.
Fiquei 40 minutos esperando na sala de espera. Depois me levaram para uma sala de 1 metro por 2 e la fiquei esperando mais 2 horas. Não estava aguentando mais e não entendi porque fui mandada para outra sala. Reclamei e aí chegou uma medica que não era a médica que eu pretendia ver e que não falava inglês. Tive que esperar mais 1h para ver a outra médica. A Lara estava com calor, fome e impaciente e eu também. Enquanto isso, a assistente veio com um aparelho estranho para checar se a Lara alem de ser alérgica a leite era alérgica a alguma outra coisa. A Lara tinha que segurar uns frasquinhos com as substâncias e não sei como o aparelho media a possível alergia. O resultado foi que a Lara era alergica a açúcar também. Depois a Lara passou por um outro exame e a a médica, sem colocar a mão ou examiná-la, receitou um remédio homeopático. Nem precisa dizer que nunca mais voltei e não dei o remédio também.
A outra experiência com homeopata, foi uma consulta de 10 minutos. Nunca vi isso no Brasil. Além do mais, como disse a Dr. Carmela, aqui é o berço da homeopatia, mas eu achoque está mais para jazigo. Aliás, os médicos alopatas receitam remédios homeopáticos também como complementação do tratamento. E qualquer pessoa pode comprar livros sobre homeopatia e se auto-medicar sem é obvio deixar de recorrer ao médico.

Heilpraktiker

Agora, o mais interessante é o Heilpraktiker, o que poderia ser traduzido como "curandeiro". Eles atuam normalmente na medicina complementar ou alternativa: massagem, acupuntura, hipnose, psicoterapia e homeopatia. Eles não tem diploma superior na área médica, mas devido ao fato de terem feito certos cursos e terem horas de prática em consultórios, podem tratar pacientes legalmente, fornecendo inclusive recibo ou nota fiscal.
Tratei a Lara alguns meses com uma Heilpraktiker de Homeopatia, mas não teve o mesmo resultado que tinha com a médica brasileira, pois ela não podia tocar na Lara e somente fazia perguntas como um psicólogo e decidia por tentativa e erro qual o melhor remédio para o paciente dentro da homeopatia clássica. Os planos de saúde normalmente nao cobrem esse tipo de tratamento e também não cobrem os remédios homeopáticos receitados, inclusive por médicos formados.

Consultórios médicos

Depois que levei a Lara na médica homeopata e fiquei esperando por atendimento na sala de espera e depois em uma sala separada, percebi que quase todos os médicos que eu ía tinham o mesmo esquema. Quando você chega ao consultório, depois de ser atendido na recepção, vai para a sala de espera. Aos poucos, os pacientes vão sendo chamados, mas não necessariamente são imediatamente atendidos. Voce é encaminhado para uma sala de atendimento. Os consultórios (praxis) tem normalmente 2, 3 ou até 4 salas de atendimento interconectadas e montadas com aparelhagens, computadores, macas, a mesa do médico ( ou nenhuma) e uma cadeira para o paciente. Além delas, tem também laboratório e salas para exames específicos relacionados a especialidade médica e as assistentes executam exames e não são somente recepcionistas.
Quando voce é chamado na sala de espera, vai para uma destas salas de atendimento, a assistente já pede para você se despir e dependendo do problema já providencia medida de pressão, exames de urina e fezes, glicemia etc. O médico entra, te atende em pé, pergunta sobre o que te aflige e já parte para o exame. Ali mesmo, se for necessário, já colhe sangue, urina, ultrassom, eletrocardiograma etc e no caso de ginecologista, já faz o exame de colposcopia e papanicolau e te dá o resultado enquanto você ainda esta de pernas pro ar. Voce não tem que marcar exames em laboratórios e só saber o resultado dias depois. Os médicos são polivalentes e sabem ler ultrassom e lâminas, na hora. Se eles precisam de um parecer mais especializado, eles fazem o encaminhamento. No caso da minha Otorrino, ela faz procedimentos clínicos imediatos e audiometria na hora , mas ela só tem uma sala de atendimento, assim como meu médico clínico. Por conta disso, parece que eles são mais interessados, menos apressados para sairem correndo para a outra sala, quando você ainda esta pelado, o que não parece ser educado para mim.
Uma vez fui a um consultório em que a otorrino me atendeu em pé, me mandou para uma sala fazer o exame e quando me chamou de volta para a sala dela para dar o resultado, não me deixou sentar e disse que só precisava me entregar a receita. Não disse o que eu tinha e quando perguntei como tomar o remédio ela disse que isso era o farmacêutico que tinha que me orientar. Nunca mais voltei.
Fui perguntar por que é assim e me disseram que é para ganhar tempo e atender mais pacientes e assim poder ganhar mais para manter o consultório, que não é barato. Mas também, manter um consultório desse tamanho que mais parece um labirinto? Parece aquela estoria do "é fresquinho porque vende mais, vende mais porque é fresquinho".

Remédios e Farmácia

Quando você recebe a receita de seu médico, ela pode ter várias cores diferentes, caso você tenha um plano de saúde público. Dependendo da cor, o plano paga pelo medicamento. Voce não pode comprar remédios sem receita, a não ser que sejam aqueles básicos, tipo analgésicos, pomadas para isso e pra aquilo. Antibióticos e psicotrópicos, nem pensar. Aliás, médicos clínicos podem receitar psicotrópicos e antidepressivos.Medicamentos para criancas são normalmente cobertos pelos planos exceto os homeopáticos. Os remédios que necessitam de receita tem preços tabelados. Por isso, as farmácias faturam em cima dos remédios "over the counter" e produtos extras como cosméticos, aparelhos médicos, balinhas etc.
Como qualquer negócio, eles tem que atrair seus clientes, então as farmácias (Apotheke) tem vitrines, que são decoradas conforme a época do ano ou festividades.
Farmácias não ficam abertas 24 horas. Mas existem farmácias de plantão.E todas tem que ter a lista em suas vitrines. Se em um atendimento noturno ou no final de semana, você tiver que comprar um remédio com a devida receita, deve se dirigir a uma dessas farmácias, que são poucas, apertar a campainha e esperar. O farmacêutico te atenderá por uma janelinha.Você ficará do lado de fora esperando ele trazer o remédio. Eles também entregam os remédios em casa sem custo adicional, caso não tenham na hora.
Mas não pense que pode chegar lá pra comprar aquela pomadinha básica que você esqueceu de comprar no horário normal de atendimento. No mínimo, você vai ganhar uma bela dor de ouvido.

sábado, 11 de julho de 2009

Os olhos da cara

Uso óculos desde os 11 anos e sempre tive dificuldade em fazer o teste de vistas, pois fico confusa entre "este esta melhor ou pior? E este, melhor do que o anterior ou pior do que o posterior?". Eu fico toda perdida. Mas, até então, eu só havia tido um problema em conseguir um óculos adequado, e isto foi em SP.
Fui só fazer um checkup e minha médica estava de férias. Um outro médico me examinou, disse que precisava mudar de óculos, receitou um com o qual eu não via nada. Fui reclamar e ele disse que os óculos estavam certos, eu é que tinha que me acostumar com eles. Eu nunca tinha visto isso. Com a orientação de um dono de ótica, voltei à clinica, passei com a minha antiga médica, ela disse que eu não precisa de óculos novos e o médico teve que pagar pelos óculos que fiz.
Até 2007 eu vinha usando estes mesmos óculos há 5 anos. Ele servia para tudo: longe, perto, direção, ler, usar computador, dormir. De repente, em 2 semanas eu não conseguia mais ler com ele e nem ver as horas no meu relógio de pulso. Já era final de novembro e com férias marcadas para o Brasil para dezembro, procurei um oftalmologista. Esperei uma semana pela consulta com a idéia de pegar a receita e fazer os óculos na terrinha. Qual não foi minha surpresa quando ele me disse que eu não tinha nada nos olhos.
"Mas eu não estou enxergando direito!".
"Ah, então tem que procurar um optometrista".
"Hã?"
"Eu não posso receitar óculos, eu só vejo se você tem algum problema nos olhos e não nas vistas."
"Ah bom. Agora que eu não entendi nada."
"Provavelmente o que voce tem é velhice. Voce já passou dos 40".
"Então tá. Muito obrigada."
Além de dizer que, como médico, não podia fazer nada, ele me disse que meus olhos estavam querendo me mostrar o que eu não queria ver. Pode? Aqui pode.
Bom, fui para o Brasil em dezembro e minha médica estava de férias e não tive tempo de passar com outro também. Quando voltei para cá, marquei uma consulta numa ótica e de novo ouvi a mesma coisa: "Você precisa de óculos de leitura porque está ficando velha. Aiaiai. Muitas vezes a sinceridade dos alemães me soa como puro sarcasmo, ironia, falta de educação e rudeza (essa palavra existe?). Pode ser realidade, mas convenhamos... Quando ele me passou o preço, senti que além de me chamar de velha, me chamou de pobre: 380 euros só pelas lentes? Tá brincando?
Liguei para a minha ótica no Brasil. Lentes, 60 reais, armação 120. Passei a receita pelo telefone. Minha irmã escolheu uma armação, pegou os óculos e mandou pelo correio. Mesmo assim, saiu só 70 euros. Quando os óculos chegaram e eu os coloquei, eu tive um orgasmo visual. Tudo estava claro, me saltando aos olhos, quase uma visão de raio X.
Sete meses se passaram e de repente os óculos para longe não eram mais necessários, bastava usar os óculos de leitura para tudo e eu podia ler a vida e não só os livros. Estes óculos até mereciam uma propaganda parecida com aquelas das facas Ginsu e das meias de nylon Vivarina. Mas, como em toda propaganda enganosa, não se demora muito pra se ver a verdade. Dois meses depois, eu não conseguia mais ler com eles. E aí começou a saga em busca dos óculos adequados.
Os planos de saúde não cobrem óculos ou consultas ao optometrista, só ao oftalmologista. Então, quem usa óculos tem que arcar com o custo de sua deficiência. Você pode sim ter estes gastos cobertos, mas tem que pagar um extra ao plano de saúde. E então sai elas por elas.
Fui a uma nova ótica que não estava cobrando pela consulta. Foi super rápida, diferente das anteriores talvez por causa da tecnologia envolvida. Conclusão: óculos multifocais ou dois óculos, um pra longe e outro para perto. Valor 595 euros!!!!!! Hã? "Será que eu poderia ter a prescrição?" "Só se a senhora pagar 35 euros pela consulta."
Brasil, lá vai a receita. Mesmo processo. Os óculos chegaram, não enxerguei nada e ainda doeu nas vistas. Levei para a ótica para saber o que estava errado. Alemão não admite que você diga que ele está errado, apesar de adorar fazer isso, principalmente com estrangeiro. Então, só pedi para ele conferir os óculos. Ele disse que os óculos não correspondiam à receita. Perguntou onde eu mandei fazê-los. Disse que no Brasil porque aqui estava muito caro. Ele teve a pachorra de dizer: " Se tivesse feito aqui, pagaria mais caro mas teria óculos bem feitos." Só checaria os meus olhos de novo se eu pagasse. Tá vendo? Não perdeu tempo pra me por o dedo na cara e dizer que eu estava errada!
Passei por uma outra ótica para confirmar o ocorrido e pedi um exame. Vinte euros depois, o cara confirmou que os óculos estavam errados e que a receita estava só um pouquinho diferente do que ele apurou, mas que não faria diferença. Fui para o Brasil em maio e mandei consertar os óculos de acordo com a receita.
Conclusão de novo: não enxergo com os óculos que agora estão de acordo com a receita. Voltei na segunda ótica. Fiquei duas horas e quarenta minutos lá, sendo atendida por dois funcionários que não chegaram a um acordo quanto à graduação adequada pra mim. Eles não veem motivo para eu não conseguir enxergar. Se eles não veem, muito menos eu!!! Eu não vejo e não enxergo! Nunca olhei para os olhos de ninguém, nem do meu marido como olhei para os olhos do cara durante o exame. Já estava quase me apaixonando.
Saí de lá com lição de casa. Por favor, anote a distância de seus olhos até o computador, veja com que olho você enxerga melhor dirigindo a noite com o óculos atual e retorne para que possamos ver o que fazer. Ah, se quiser fazer as lentes com a gente, fica 100 euros por lente mais 30 euros pela montagem, total 460, sem armação. Sem armação, uma ova. Com certeza, estão de armação comigo. Dezembro estamos no Brasil e vou ver minha Oftalmologista, se ela não estiver de férias. Ô mulher que só tira férias.

PS 1 Conselho para quem usa óculos e vai vir morar por estes lados. Antes de viajar, faça um exame de vistas e mande fazer os óculos ainda no Brasil.
PS 2 Fui a um show do Ray Charles no Ibirapuera, e já naquele tempo não enxergava direito. Disse pro meu marido: "Daqui eu não consigo vê-lo." "Não se preocupe, ele também não está te vendo."

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Rheinkultur - não fui e não me fez falta

Sábado passado, enquanto passeávamos do outro lado do rio e descobríamos que no meio do caminho tinha uma prateleira de livros, percebemos que tinham manadas, cardumes, bandos de jovens indo para a mesma direção, o Rheinaue Park, que fica do nosso lado do rio. Então, começamos a ouvir o que parecia ser um show e ao longe dava pra ver um guindaste com bungee jumping.
Depois que a gente tem filhos e eles ainda estão pequenos ( e que a gente passa de uma certa idade), tem certas coisas que passam despercebidas aos nossos olhos ( talvez porque não são essenciais ao coração). E os cartazes espalhados pela cidade promovendo o evento "Rheinkultur" foi uma delas. Mais tarde, quando voltávamos para casa e, por curiosidade, passamos em frente ao parque, é que vim a saber a proporção DA coisa. Quando recebi um link para fotos de um colega de trabalho do meu marido, o Joe Clark, vi que a proporção era maior ainda.
Abaixo algumas fotos tiradas pelo Joe.






















sábado, 4 de julho de 2009

Biblioteca para (per)ambulantes

Depois de três anos e meio morando aqui, decidimos almoçar em um restaurante do outro lado do rio chamado Rohmühle (ao fundo da terceira foto). Depois resolvemos caminhar pela Promenade do Reno e qual não foi minha surpresa quando me deparei com isso ai embaixo.













É uma biblioteca aberta (e a céu aberto) a habitantes e visitantes de Bonn. Você pode pegar o livro que quiser e depois devolvê-lo e/ou trazer um outro qualquer para substitui-lo(se eu entendi direito). E não tem ninguém pra checar se você vai devolver ou não, algo inconcebível para os padrões brasileiros.
Peguei uma edição em alemão do Dr. Jivago - pois todo mundo, ao saber o nome da Lara, se refere ao livro -e um outro do Salman Rushdie, "The Moor´s Last Sigh". E depois de ler o segundo, não o primeiro, vou levar uma penca de livros que li no Book Club do qual faço parte.
Eu não fui a única que se admirou com o troço, não. Todo mundo que passava parava pra dar uma olhadinha. O Totem está lá, faça chuva ou faça sol.
Achei educativo, interessantíssimo e um voto de confiança na honestidade.



All´s well that ends well.

















Parece brincadeira, mas quem tem que preparar festa de aniversário de filho passa por dois prazeres: ver a carinha feliz do rebento e ver o fim da festa. Principalmente, quando se está com sinusite, febre, dores de cabeça e uma moleza de deixar bicho preguiça no chinelo. Como boa sofredora por antecipação que sou, comecei a preparar as duas festinhas da Lara, uma no Kindergarten e outra em casa, com um mês de antecedência. Sempre gosto de fazer alguma coisa diferente e este ano resolvi fazer uma caixa personalizada com lembrancinhas para os coleguinhas da escolinha ( por que tem que ser tudo no diminutivo?), a coroa do aniversariante - que é uma tradição por estes lados - painel com fotos da fofa, um bolo enfeitado com biscoitos coloridos, lembrancinhas, brigadeiros e bichinhos de biscuit com o nome das 13 crianças convidadas. Destes, só consegui fazer quatro. Nunca pensei que brincar de massinha fosse tão difícil e irritante.
Na sexta-feira 19, Lara começou a ter febre altíssima e tivemos que levá-la para o Notfallpraxis (o pronto socorro). Ela foi diagnosticada com Scharlach (Escarlatina) - língua de framboesa e garganta vermelho-arroxeada, mas sem as famosas pintinhas vermelhas espalhadas pelo corpo. Começou a tomar antibiótico ( acabou dois dias atrás) e só foi liberada para retornar ao Kindergarten no dia 24, um dia depois do aniversário oficial. Levei tanta coisa para a festinha da escola que as professoras resolveram dividir a festa em dois dias. Aí, quem caiu fui eu. Comecei a passar mal mas fui aguentando as pontas.
Na sexta feira, véspera da festa de aniversário aqui em casa, não estava aguentando de tanta dor de cabeca e acabei deixando algumas coisas pra serem feitas no sábado de manhã. Descobri o verdadeiro sentido dos ditados "nunca deixe para amanhã o que se pode fazer hoje" e " o que está ruim pode ficar pior". Pois então. Passei mal com febre, dor de garganta e dores no corpo a noite inteira e às 6 da manhã resolvi me levar para o Notfallpraxis da clínica da universidade. Foram 3 horas e meia esperando pelo HNO ( Otorrinolaringologista) e dez minutos para ser atendida (só na festa descobri por meio de uma ginecologista, mãe de uma amiguinha da Lara, que bastava eu localizar um médico de plantão no meu bairro). Conclusão: cheguei em casa ao meio dia e a festa começava às 15h, a decoração estava pela metade, a comida não estava pronta e meu marido mais perdido do que cego em tiroteio, mais por fora do que umbigo de vedete e dedão de Franciscano ( sempre gostei dessas expressões, mas nunca tive chance de usar as três juntas até agora) e eu mais querendo que o mundo acabasse em barranco pra eu morrer encostada. Apesar de não estar aguentando com a gata pelo rabo, tive que me virar mais do que porta bandeira em dia de ensaio. Os convidados começaram a chegar pontualmente e eu ainda sem ter o que servir.
Como os alemães, definimos hora pra festa começar e terminar, mas, diferente do que os alemães costumam fazer, convidamos os pais das 13 crianças porque tínhamos preparado parte da festa para ser no jardim, já que nos anos anteriores convidamos menos gente e nunca choveu. Caiu uma chuva danada e todo mundo teve que ficar dentro de casa, adultos e crianças. Um calor dos infernos - as casas aqui são preparadas para o inverno e não para o verão, o calor que é absorvido, não é liberado - o ar não circulava, pois não tinha vento e, por medida de segurança, não dava pra abrir todas as janelas.
Perdido e vendo as crianças começarem a ficar inquietas (criança nessa idade parece que já nasceu assim), meu marido liberou o "giz de rua" (Strassenkreide) para as criancas brincarem no balcão. Quando vi, tarde demais. Mão de giz colorido pelas portas e paredes, pezinhos descalços e mãozinhas sujas nos tapetes e sofás.
Depois dos parabéns pude diminuir o ritmo e conversar um pouquinho com os convidados quando já estavam na porta pra ir embora. Ainda hoje estou tirando marcas de giz das paredes e a fadiga tomou conta do pedaço.
Moral da festa:
Não sofra por antecipação.
Não antecipe o sofrimento.
Não morra de tanto planejar - a emenda pode sim sair tão bem quanto o soneto.
Acredite no homem do tempo -em termos de meteorologia, o que acontece três anos seguintes não é padrão estabelecido.
Não queira ser a única pessoa a ter as rédeas da situação.
Nem pense em ficar doente.
Mas valeu a pena, no final sobrevivemos e os amigos continuam amigos. Como diria o "Biquini Cavadão" e aquele inglês famoso, o "Guilherme Sacode a Lança"(me desculpem, mas sempre quis cometer esse crime):
Tudo bem quando termina bem.




A Lara adora esta Banda
Eu agora tô no Tédio.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Beethovenfest

Beethoven nasceu em Bonn, onde viveu até os 22 anos. Em sua homenagem, há vários anos, acontece pela cidade o "Beethovenfest" - festival de música clássica e afins. Este ano as apresentações acontecerão de 4 de setembro a 3 de outubro. Deem uma olhada no site e tenham um aperitivo do que é Bonn embalado por boa música.
E quem quiser conhecer um pouquinho mais de Beethoven de uma forma lúdica, especialmente preparada para crianças, aqui é o melhor lugar.

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