Como vulcão é o assunto da semana ao deixar na mão todo mundo que depende de alta tecnologia para se locomover, decidimos passear de Maria Fumaça. À meia hora daqui de casa, tem um passeio que dura umas quatro horas e que vai de lugar algum a lugar nenhum, isto é, o destino é a viagem em si e é lindo por seu meio e não seu fim. O Vulkan Express sai de Brohl e vai até Engels, região vulcânica, cheia de fazendas, vales, riachos e vilarejos com casas lindas. A velocidade não passa dos 20 km/h, o que nos permite curtir a paisagem e tirar bastante foto.
No caminho, tive tempo demais pra pensar em um monte de coisa que na correria da vida passa despercebido. Pensei, por exemplo, na correria da vida (dã) e o papel da máquina a vapor nisso. Esse trem revolucionou a sociedade há uns 200 anos! Ele desenvolveu a indústria, acelerou o progresso e mudou a noção de locomoção e velocidade. Hoje ele faz a mesma coisa, só que ao inverso. Acostumados com tudo em alta velocidade - fast food, internet banda larga, avião supersônico, trens de alta velocidade - tudo ao alcance da mão, ao entrar em um trem desses, com seus bancos de madeira, com um certo conforto mas sem banheiro, temos que desacelerar nossa ansiedade e até pensar devagar. Uma vez dentro dele, não tem o que se fazer a não ser relaxar, observar a vida lá fora e até reaprender a controlar a urgência de saciar nossas necessidades básicas.
O vulcão islandês de nome impronunciável fez com que todos em território europeu repensassem sua dependência e sede de velocidade para se estar em lugares tão distantes em curtos espaços de tempo. E eu e minha família, em vez de passarmos pelo inconveniente de forma imposta já que não tínhamos nenhuma viagem aérea marcada, resolvemos por conta própria sentir o gostinho de, como nos velhos tempos, irmos a lugares tão perto em um espaço longo de tempo. Antes voltar ao passado, ao início, às raízes do que às cinzas que é o que vai acontecer a hora que, literalmente, toda essa poeira baixar. Depois desse passeio, estou só o pó, mas valeu a pena.
Que lindo texto, Arlete. Adorei as fotos.
ResponderExcluirConversava com uma amiga brasileira que mora na Suíça e comentava a respeito dos transtornos causados pelo vulcão. Tão lindo e tão imbatível... Com a Mãe Natureza não se brinca. Receio que o homem não se deu conta disso ainda, apesar de tantos debates sobre o meio-ambiente, sobre o valor da qualidade e não quantidade...
Beijo grande e ótima primavera,
Patricia : 0 )
acho que muitos passageiros que perderam o voo por causa do vulcao deveriam fazer esse passeio que vcs fizeram hehe desestressa e nos faz lembrar que as vezes temos que parar essa rotina frenetica que temos. bjs!
ResponderExcluirolá Arlette adorei tudo que vi neste post.Se fosse possível gostaria de saber informacoes como fazer este passeio.Adorei as fotos.Tudo muito lindo.
ResponderExcluirLuciana Oliveira.
bjao
Luciana,
ResponderExcluirDe uma olhada no link que está no post. No site, tem todas as informações sobre os dias em que a Maria Fumaça faz o passeio. Vale a pena mesmo.
Beijos