quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Parteira, Midwife, Doula, Hebamme

Quando se fica grávida na Alemanha, é normal, natural e recomendável que você procure uma Hebamme, que no Brasil é conhecida como Doula e lá no interiorzão, parteira. Elas trabalham de forma autônoma ou em conjunto com as maternidades. Podem ser a única a acompanhar a grávida durante o pré-natal (pras mães mais naturebas)  ou trabalhar juntamente com o ginecologista. Ela também dá orientações para o parto, qualquer que seja ele, normal, natural ou cesárea, acompanha a mãe durante o parto (Beleghebamme) e avalia o bebê e a mãe durante um dado período que pode ir até o desmame (Wochenbett:/Nachsorge), visitando ambos em casa ou atendendo em seu consultório, tudo isso coberto pelo plano de saúde. 
Nos cafundós do Brasil elas são, na maioria das vezes, o único recurso; nas grandes cidades brasileiras, para mulheres de classe média para cima, um luxo pago do próprio bolso, pois geralmente, estas tem plano de saúde decente e tem seu parto feito pelo médico que fez o pré-natal e que normalmente é o mesmo que a conhece há anos e com o qual já se criou um vínculo maior do que médico-paciente. Mas aqui existe um certo distanciamento entre o profissional de saúde e o paciente e a Hebamme funciona como um pingo de humanização no processo técnico de se ter um filho, deixando-o menos frio.
Como não sabíamos se iríamos voltar ao Brasil ou não em setembro, não procurei uma Hebamme. E estava difícil  encontrar alguma que estivesse disponível quando vou precisar (nem parece que Bonn faz parte de um país cuja taxa de natalidade é baixissíma e que já foi negativa). Hoje, finalmente, após sugestões de amigas, consegui uma que só tem possibilidade de me acompanhar no pós-parto. Pra quem não vai ter ninguém da família, além do Amanzor, com quem contar, já está de bom tamanho.

Krankenhaus - hospital
Assim como no Brasil, visitam-se as maternidades num determinado dia do mês quando é oferecida a Infoabend - noite da informação. Optamos pelo Johanniter,  um hospital que, apesar de não ter unidade neonatal, é muito bem conceituado e de fácil acesso, pois fica próximo à DHL e tem equipe que fala inglês.
Como tenho interesse em fazer cesárea, é necessário marcar uma consulta um mês antes da data provável de parto para esclarecimentos e preenchimento da papelada e uma provável tentativa de te fazer mudar de idéia, já que eles são pró parto normal. Você pode optar por um quarto individual, duplo ou familiar. Neste hospital, o quarto individual é micro, mas é melhor do que correr o risco de ter uma companheira de quarto com uma família e visitantes barulhentos. A estada no hospital em caso de cesárea é de 4 a 7 dias e a mãe só precisa levar roupas e produtos de higiene pra si mesma, pois o bebê usará, durante esse período, roupas fornecidas pelo hospital e não tomará banho até cair o umbigo, o que acontece geralmente no final desse período (argh). A parturiente nem sempre fica sabendo quem é o médico que irá fazer o seu parto. Isso dá uma puta de uma ansiedade. Mas como dizem, o que entrou tem que sair, quem tá na chuva é pra se queimar e nesse caso tem que se pegar o touro pelos chifres.

9 comentários:

  1. Oi Arlete,

    Joia este post, vou comentar com meu irmão, ele é ginecologista/obstetra, já contei pra ele de um post seu sobre medicina alemã, legal esse intercâmbio..

    Bju

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  2. Queridíssima Arlete...

    Estou em falta com você. Leio todos seus blogs. mas sempre estou na correria louca daqui. Sabe que sou workaholid...

    Estou torcendo por você (de longe, é verdade), mas tudo dará certo. Como você bem escreveu: o que entrou tem que sair de alguma maneira. É a lei da mãe natureza...

    Vou te mandar um email mais longo e espero encontrá-la num desses dias debruçada no skype.

    Super beijo a todos e continuo de dedos cruzados.

    Patricia : 0 )

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  3. Que delicia, Arlete! To doida pra chegar nessa fase de escolher maternidade, hebamme e fazer um monte de planos. rs Menina, tbm prefiro cesaria, mas sempre achei que aqui fosse obrigatorio o parto normal e que a mae nao poderia ter essa opcao. Seu puder me dizer como funcionou para voce e se o medico aceitou numa boa, para me ajudar a argumentar com o meu. rs
    Beijos

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  4. acho incrivel que aqui o nenem fica 1 semana toda sem banho! =) mas acho todo o sistema de hebamme super confortavel e uma mao na roda.bjs!

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  5. Arlete, já tem um tempinho q visito seu blog, mas sou da turma das tímidas. Mas quero lhe dizer q gosto muito do seu cantinho e sempre que posso venho aqui ler as novidades. Também estou em bonn e gostaria de manter contato,
    abracao e parabéns pela gestacao. Que seu bebê venha cheio de saúde e lhes traga mta felicidade.
    Ah, aki vai meu e-mail pra contato:
    cyntiamontet@hotmail.com

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  6. Il semble que vous soyez un expert dans ce domaine, vos remarques sont tres interessantes, merci.

    - Daniel

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  7. Gostei do Bolg e de toda a explicação sobre Hebamme, porém algo me chamou atenção e merece uma errata; Hebamme não é doula no Brasil e sim parteira ou obstetriz( que ainda não tem reconhecimento). Doula apenas dá suporte emocional e fisico pre, nacimento e pós parto; essa não qualificação para assistir um parto.

    Tbm tem doula na Alemanha, é só procurar no DONA, raramente alguém opte por ela pq tem a Hebamme e o Krankkasse não paga esse serviço.


    beijos


    Pipoquinha, mãe da Natalia que nasceu de parto frank poliklinik , Heitor num PD e futuramente, Hebamme.

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  8. Olá Arlete! Muito bacana teu blog! Meus bisavós eram alemães, adoro e vou conhecer um dia o pais! Sou doula aqui no Brasil, iniciando carreira, no Rio Grande do Sul, em POA. Se quiser conhecer meu blog: http://www.anadoulaenutri.blogspot.com

    Bjos!

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  9. Anna Luisa, bem vinda ao blog! Valeria a pena voce vir para cá e fazer um curso de Hebamme ou um estágio com Hebammes para ver como elas trabalham. É bem organizado e um trabalho de extrema dedicação as pacientes.
    Abraço e continue me visitando.

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